A defesa do médium João de Deus entrou nesta segunda-feira (17) com pedido de habeas corpus para que o religioso vá para a prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. De acordo com o advogado, a idade do médium — 76 anos — e o seu estado de saúde justificam o pedido de liberdade. De acordo com os advogados, João tem problemas cardíacos e superou um câncer há pouco tempo, o que justifica uma frágil condição de saúde.
Detido no final da tarde de domingo (16), João de Deus passou a noite em uma cela de 16 m², com pia e vaso sanitário, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, denominado Núcleo de Custódia. O pedido de prisão preventiva, feito pelo Ministério Público de Goiás e aceito pelo Tribunal de Justiça, se sustentou em 15 denúncias formalizadas em Goiânia, todas por crimes sexuais.
João de Deus se entregou em uma estrada de terra na região de Abadiânia, Goiás. De acordo com os advogados, o lugar foi escolhido para preservar o médium. Ele foi submetido a exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML).
Os advogados reiteram a inocência de João de Deus e levantam dúvidas sobre o comportamento das possíveis vítimas e o conteúdo de seus depoimentos.
Dinheiro
Questionado sobre a movimentação de cerca de R$ 35 milhões nas contas de João de Deus, o advogado considerou "normal".
— O dinheiro não foi sacado, ele apenas baixou as aplicações — afirmou.
O advogado Ronivan Peixoto Morais Júnior disse que João de Deus poderia fazer movimentações financeiras, pois seus bens não estavam bloqueados. Para ele, a suspeita de ocultação de bens, como foi divulgado, pode ser um pré-julgamento do Ministério Público.
— Qual o problema de alguém movimentar sua conta? Existe um bloqueio de bens dele? É um pré-julgamento que o Ministério Público está fazendo. Não sei qual foi o tipo de denúncia foi fomentada, mas certamente para tentar justificar o bloqueio de bens dele — reagiu o advogado.