O número de mulheres que relataram ter sido abusadas sexualmente pelo médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, chegou a 15 neste domingo (9). A informação é do jornal O Globo, que divulgou as acusações ao longo do fim de semana, depois de o assunto ganhar repercussão no programa Conversa com Bial, na TV Globo, na madrugada de sábado (8).
João de Deus é reconhecido por atuar em seu "hospital espiritual". Ele fundou a Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no interior de Goiás, há 42 anos.
A última mulher que relatou ter sofrido abuso sexual por parte de João de Deus é uma gaúcha de 36 anos, conforme O Globo. Em entrevista ao jornal carioca neste domingo, a suposta vítima, que não teve o nome divulgado, afirmou que o caso ocorreu dentro de uma sala do hospital "em 2013 ou 2014". A mulher contou ter ido ao local após receber indicação de uma amiga.
— Ele me colocou deitada em um colchão no chão e foi me acariciando. Toda hora eu abria os olhos. Então perguntei quem era a entidade que estava ali, e ele me disse de maneira rude: "É Joaquim". Depois, perguntei a outras pessoas quem era esse Joaquim, e ninguém sabia. Ele inventou esse nome. Ele passava a mão por todo meu corpo, inclusive nos meus seios e na minha genitália, passava muito a mão nas minhas pernas e dizia: "Você vai ver como vai melhorar. Eu preciso te curar" — disse a suposta vítima. — Eu pensava que era parte do tratamento, mas, quando ele me colocou no corredor, achei que fosse morrer, porque ele se esfregava em mim — completou.
Antes dela, outra mulher do Rio Grande do Sul também acusou o médium. Sem ter o nome divulgado, a suposta vítima de 37 anos declarou que o caso ocorreu em 2010. À época, João de Deus teria pedido à mulher para que sentasse ao lado dele:
— Ele estava com uma camisa branca, pegou a minha mão, colocou-a no peito dele e começou a respirar fundo. Sentia que ele estava tentando me hipnotizar. Eu fiquei tão abismada que congelei. Ele foi descendo a minha mão. Senti uma pele úmida e enrugada tocar a minha mão. Abri os olhos e notei que era o pênis dele. Levantei na hora, indignada e cheia de raiva, me perguntando por que aquilo estava acontecendo comigo — contou a mulher.
Segundo O Globo, nenhuma investigação judicial foi aberta até o momento contra João de Deus. Ao jornal, a assessoria de imprensa negou as acusações. "A situação trazida, além de ser fantasiosa, é lamentável, uma vez que o médium João é uma pessoa de índole ilibada. Tal situação é muito grave. Se estivéssemos falando no âmbito jurídico, para que uma situação se caracterizasse como criminosa, a parte lesada teria que demonstrar a materialidade do ocorrido", aponta a nota.