Usando o documento de uma outra pessoa, o assaltante apontado como líder da principal quadrilha de ataques a bancos e carro-forte do Rio Grande do Sul quase escapou da abordagem da Polícia Rodoviária Federal, em Santa Catarina, na noite de domingo (23).
A abordagem, na BR-101 em frente ao posto da PRF de Biguaçu, na Grande Florianópolis, tinha o objetivo justamente de localizar Rafael de Oliveira Azambuja, o Rafael Seco, 30 anos. Após mais de um ano de investigação, a Delegacia de Roubos do Departamento de Investigações Criminais (DEIC) conseguiu descobrir o carro que seria usado por ele para o deslocamento no Estado vizinho.
Abordado com outras duas pessoas, o criminoso desceu calmamente do carro e apresentou os documentos. O veículo usado por ele não possuía irregularidades. Conforme o delegado João Paulo de Abreu, o homem quase passou despercebido.
— Ele apresentou um documento original de uma pessoa que parece com ele. Se fosse uma mera abordagem, ele seria liberado, mas não. Havia esse trânsito de informações e ele está preso — declarou Abreu.
Como o documento não era falso, os policiais rodoviários ainda precisaram enviar uma foto para os investigadores gaúchos, para confirmar se, de fato, era o assaltante procurado. A partir da confirmação, Seco recebeu voz de prisão pelos cinco mandados que possuía pela Justiça gaúcha.
As outras duas pessoas que estavam com ele, apesar de serem conhecidas da Polícia Civil, foram liberadas pois não possuíam mandados de prisão.
Foragido desde julho do ano passado, três dias após progredir para o regime semiaberto, a investigação confirmou a participação de Seco em pelo menos cinco assaltos desde então. A Polícia Civil ainda estima que ele possa estar vinculado em cerca de 10.
Um dos casos ocorreu em janeiro deste ano, no bairro Anchieta, em Porto Alegre, quando foram colocadas falsas bombas na cintura de um vigilante de carro-forte. Dois comparsas dele, identificados como Dieizon Luiz da Silva Correa, 30 anos, e Sérgio Deola de Moraes, 37 anos, foram presos neste ano.
Seco ainda estaria vinculado ao Enivaldo Farias, o Cafuringa. Juntos, foram condenados pelo roubo ao Banco do Brasil de Içara, em Santa Catarina, ocorrido em 2011.