Após reunião com o presidente Michel Temer, nesta quarta-feira (7), o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, confirmou que irá buscar a linha de financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizada para a área de segurança pública. O montante anunciado pelo governo federal é de R$ 10 bilhões para capitais e cidades de grande porte.
Para Marchezan, no entanto, diante da crise financeira do município, a transação ainda dependerá de análise da instituição financeira.
— Dentre todas as capitais presentes (na reunião), Porto Alegre tem a pior situação financeira e é a única que tem resultado de caixa negativo nos últimos 15 anos. A liberação do financiamento vai depender do tipo de análise que a instituição vai fazer, e que a gente não atinja no ano que vem o limite da lei de responsabilidade fiscal – explicou o prefeito.
No encontro, realizado no Palácio do Planalto, 23 prefeitos e representantes de capitais discutiram com Temer e a cúpula da Segurança alternativas para o combate à criminalidade. Marchezan elogiou a iniciativa do governo federal, mas pontuou que o sucesso da atuação da prefeitura dependerá de outros investimentos – em nível estadual e nacional.
— A nossa necessidade é de inteligência. O que o município pode oferecer é sua rede, seja de controle de trânsito, na área do transporte público coletivo e outras.
Além da ação integrada, o prefeito reivindicou a ampliação do trabalho das Forças Armadas e da polícia nas fronteiras, defendeu mudanças no código penal e parcerias com a iniciativa privada para a construção de presídios.
Marchezan é entusiasta do envolvimento da Guarda Municipal em ações conjuntas com a polícia, mas entende que a solução para a segurança não passa pela ampliação do quadro de servidores municipais. No discurso inicial, Temer defendeu que as guardas municipais devem ter uma “função mais efetiva”.
— Nós não podemos iludir a população ou quem quer que seja de que nós, aumentando o número de guardas municipais, vamos ter a solução do crime. Não. Nós temos uma estrutura das polícias Militar e Civil muito mais preparadas e em maior número. Temos que fazer a integração de todas as estruturas — argumentou Marchezan.
Segundo o prefeito, o plano de Porto Alegre para justificar o ingresso no financiamento do BNDES está em “avançada fase de elaboração”. Em duas semanas, técnicos do município devem viajar a Brasília para discutir detalhes do plano federal.