A Força Nacional de Segurança (FNS) completou nesta semana um ano de atuação no Rio Grande do Sul. Chegou três dias após o assassinato da representante comercial Cristine Fonseca Fagundes, em 25 de agosto de 2016.
O latrocínio da mãe que esperava o filho sair do colégio, na zona norte de Porto Alegre, foi o estopim para que o governador José Ivo Sartori mudasse de posição e decidisse pedir ajuda da FNS.
Além disso, na oportunidade, foi criado um gabinete de crise e o então secretário da Segurança, Wantuir Jacini, foi exonerado. De lá para cá, 1.018 policiais militares aprovados em concurso foram chamados e já estão nas ruas.
Avaliação do trabalho
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o diretor da FNS, coronel Joviano Conceição Lima, classificou como promissores os resultados até o momento no Rio Grande do Sul.
– Tendo em vista que o aspecto de segurança pública vai sendo atingido gradativamente. É algo que vai sendo construído em conjunto – destaca o coronel.
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Sobre nova prorrogação da permanência do efetivo no Rio Grande do Sul, ele afirma que depende da necessidade do Estado, em comum acordo com o Ministério da Justiça. Mas adianta que a tropa está pronta para ficar, se for preciso.
– Em princípio, nós ficaremos no Rio Grande do Sul até 31 de dezembro. Porém, se for necessário, teremos imenso prazer de permanecer – afirma.
O coronel lembra que a ação da FNS varia em cada Estado e que os policiais estão preparados.
– Mas o importante que nós percebemos, que essa complexidade a Força Nacional se prepara para isso. O treinamento é bastante cuidadoso – explica.
Joviano Conceição Lima destaca a importância da parceria com as polícias para um melhor resultado. Avalia que o clima de tensão diminuiu desde que o efetivo chegou ao Rio Grande do Sul.
– No início da operação, é evidente que o clima está mais tenso. As preocupação das autoridades são mais presentes. Na medida em que vamos conhecendo o terreno, vamos criando um clima de cooperação mais interessante e o clima de complexidade fica bem mais administrável – argumenta.
Em relação ao horário de trabalho dos integrantes da FNS, já que havia relatos de que o efetivo não atuava durante as madrugadas, o coronel lembra que a tropa está à disposição nas 24 horas do dia. Ressalta, no entanto, que a ação do efetivo federal é empregado de acordo com a necessidade do estado onde atua.
– O horário é definido em função do que se precisa. Hoje, está muito mais flexibilizado. Então o comitê gestor se reúne e define onde vai atuar. Não há nenhum impeditivo de se trabalhar de madrugada – pondera.
O diretor da FNS lembra que o efetivo não deve substituir as forças policiais dos estados e sim dar apoio ao trabalho realizado. Conta que há um projeto de tornar a Força Nacional em uma instituição, já que, atualmente, é um programa do Ministério da Justiça.
Os números da Força Nacional no Rio Grande do Sul
– 150.696 pessoas abordadas
– 62.356 veículos vistoriados
– 202 prisões
– 68 apreensões de adolescentes.
A tropa atual é composta por 215 policiais militares dos Estados, militares da União, policiais civis e peritos do Acre, de Alagoas, do Amapá, do Ceará, do Maranhão, de Goiás, do Paraná, do Rio de Janeiro, do Piauí, de São Paulo, do Distrito Federal, de Pernambuco e de Sergipe.
O investimento total da União com a presença da Força Nacional de Segurança no Rio Grande do Sul foi, até o momento, de R$ 16.166.878,09, sendo R$ 13.825.965,80 em diárias e R$ 2.340.912,29 em logística operacional. O valor da diária varia em cada Estado.
No Rio Grande do Sul, além do salário de origem, os policiais da Força Nacional recebem R$ 212,40 para ajuda de custos.