A Polícia Civil indiciou 29 integrantes de uma quadrilha suspeita de roubar mais de 10 veículos por dia em Porto Alegre. O indiciamento coletivo diz respeito ao crime de organização criminosa armada. Outros crimes praticados pelos integrantes do grupo estão sendo remetidos à Justiça conforme o andamento das investigações.
Dos 29 integrantes, cinco estão foragidos. Os outros 24 foram presos no fim de março, quando a polícia realizou a Operação Macchina Nostra. As informações são do blog Caso de Polícia, da Rádio Gaúcha.
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Os preços dos veículos variavam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, dependendo do modelo, e as encomendas dos roubos e de clonagens eram combinados em grupos de WhatsApp.
As bases do esquema eram Porto Alegre, Caxias, Blumenau (SC) e Pato Branco (PR). Ao todo, a investigação apontou que, desde outubro de 2015, a quadrilha teria tido participação direta ou indireta no roubo de aproximadamente 1,5 mil veículos e movimentado aproximadamente R$ 6 milhões. O valor é resultado da execução dos roubos, confecção dos documentos de rodagem e propriedade, adulterações das numerações dos veículos (clonagem) e posterior venda para criminosos de diversas cidades do Rio Grande do Sul e outros nove Estados.
Durante a investigação, chamou a atenção da polícia o nível de especialização da quadrilha, cujos líderes determinavam até meta diária de roubos: entre cinco e 10 veículos somente na Capital.
– A meta de roubar até 10 carros por dia também foi estabelecida porque os bandidos sabiam da média de 60% de recuperações dos veículos roubados por parte das polícias – ressaltou o delegado Marco Guns, responsável pela operação.
A quadrilha era tão organizada que, às vezes, roubava somente o mesmo modelo de veículo, já que tinha a garantia de negociação futura.
– Houve perfeita determinação da divisão de tarefas entre os membros do grupo para efetivar o maior número possível de roubos de veículos por dia na Capital e demais cidades da Região Metropolitana – informou um dos responsáveis pela ação, delegado Adriano Nonnenmacher.
Segundo os investigadores, a quadrilha conseguia, inclusive, superar a meta em alguns dias. Consta no inquérito que o líder do grupo chegou a dar ordens para que os bandidos parassem de roubar carros porque não havia local para guardar a frota excedente.