Após a descontinuidade de um programa interligado de monitoramento eletrônico do Litoral Norte, dois dos 24 municípios contemplados pelo sistema cansaram-se de esperar e decidiram investir em câmeras próprias. Juntos, Osório e Tramandaí somam 180 equipamentos de vigilância – número superior aos 178 instalados há seis anos em 300 quilômetros de Tavares a Torres.
A imensa maioria se concentra em Osório. São 160 câmeras em funcionamento desde 2015, distribuídas em ruas, avenidas, praças, unidades de saúde e escolas municipais. O sistema custou R$ 400 mil e, a cada mês, a manutenção sai por R$ 12 mil. Segundo o prefeito, o investimento compensa.
– O sistema é positivo porque a população tem uma sensação de segurança e, em um eventual ato ilícito, existe a probabilidade grande de identificar o autor do fato. Dois homicídios foram detectados pelas câmeras de monitoramento e conseguimos identificar os autores, por exemplo – diz Eduardo Abrahão (PDT).
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O sistema conta com uma central de monitoramento instalada no prédio da prefeitura, onde nove telas transmitem as imagens da cidade em tempo real. O acompanhamento ininterrupto é feito por vigilantes concursados da prefeitura. Em caso de ocorrência, os servidores acionam a BM.
Tramandaí possui um sistema mais modesto, mas em vias de ampliação. Na cidade, estão instaladas 20 câmeras há cerca de três anos – 12 compradas e oito alugadas pela antiga gestão municipal. O custo mensal é de R$ 20 mil mensais, e o monitoramento é feito no quartel da BM.
– Agora, pretendemos readequar a localização de algumas câmeras e incrementar o sistema – diz o secretário de Segurança, Trânsito e Transporte de Tramandaí, Paulo Fernando Hendges.
Levantamento de ZH mostrou que somente 20 das 178 câmeras instaladas em 24 cidades do Litoral Norte em 2011, em um convênio entre o Ministério da Justiça e a Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte), estão em funcionamento. O contrato previa a colocação das câmeras ao custo de R$ 17,3 milhões, em valores atualizados, mas não indicava a responsabilidade pela manutenção dos equipamentos. Assim, a maioria foi danificada pela maresia ou por curtos-circuitos e terminou abandonada logo após a primeira pane.