Em mais um dia sem policiais militares (PMs) nas ruas do Espírito Santo, a circulação de ônibus na Grande Vitória segue suspensa, nesta terça-feira. Desde o final de semana, o Estado sem sofrendo uma série de saques, agressões e mortes violentas após o início de uma manifestação de familiares de PMs que bloqueiam a entrada de batalhões. De acordo com o jornal Gazeta, os coletivos estão parados desde as 16h de segunda-feira e não há previsão para a retomada do serviço.
– Se continuar tendo saque, roubo e tudo mais, não vai ter ônibus. Não me sinto seguro ainda, não vou colocar os trabalhadores em risco – afirmou à publicação o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado (Sindirodoviários), Edson Bastos.
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Escolas, unidades de saúde e a maioria dos estabelecimentos comerciais também estão fechados nesta terça-feira. Depois da autorização do governo federal, militares do Exército fazem o policiamento ostensivo nas vias e tentam normalizar a situação da segurança pública no Espírito Santo. Agentes da Força Nacional de Segurança também estão em deslocamento para o Estado.
O caos nas ruas capixabas iniciou depois que parentes de PMs trancaram a saída de pelo menos 11 batalhões de polícia em mais de 30 cidades do Estado, no sábado. Os familiares exigem reajuste salarial, pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno.
Na segunda-feira, em despacho, o desembargador Robson Luiz Albanez declarou ilegal a manifestação e afirmou que a proibição da saída dos PMs caracteriza uma tentativa de greve por parte deles – direto que é vetado aos militares. Além disso, o magistrado determinou uma multa de R$ 100 mil às associações que representam os policiais, caso haja descumprimento da decisão. No entanto, os familiares permaneceram em frente aos batalhões.
De acordo com levantamento da Gazeta, o Espírito Santo já acumula 65 assassinatos desde o início dos bloqueios. Apenas na segunda-feira, foram 32 homicídios na região metropolitana de Vitória, enquanto o interior do Estado acumulou oito mortes.
A crise da segurança também espalhou temor nas redes sociais. Por meio do Twitter, usuário se manifestaram pela #ESpedesocorro, compartilhando vídeos, fotos e mensagens sobre agressões, tiroteios, furtos e roubos nas ruas do Estado.