A Polícia Civil identificou a mulher suspeita de ter apontado o alvo para execução dentro do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, em 19 de setembro. A presença dela na cena do crime foi percebida por meio das câmeras de monitoramento. Ela chegou ao local em carro separado da dupla de atiradores.
O trio se encontrou no saguão do Terminal 2 onde permaneceu por uma hora, até a chegada do grupo de amigos de Marlon Roldão Soares, 18 anos. Eles se despediam de um colega que pretendia viajar quando o jovem foi executado com 17 tiros. O nome da mulher não foi revelado pela polícia.
Um dos autores do crime foi preso há três semanas pela Brigada Militar após ter participado de um tiroteio na Zona Sul. Diego da Silva Severo, 25 anos, disse à polícia que o motivo teria sido traição.
– Matei porque pegou minha mulher – confessou o suspeito.
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Porém, a versão de crime passional não convenceu o delegado Cassiano Cabral, da 3ª Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa. A polícia acredita que a execução pode ter relação com o tráfico de drogas. Embora o jovem assassinado não tivesse envolvimento direto com as negociações do tráfico, ele teria amigos no meio.
O delegado também não descarta a possibilidade de os executores terem errado o alvo, já que um dos rapazes que acompanhava a vítima naquela manhã tinha envolvimento claro com o crime.
O homem preso foi denunciado pelo Ministério Público pelo homicídio, por tentativa de homicídio contra um amigo da vítima, corrupção de menor, receptação de veículo roubado e adulteração da placa de um dos carros apreendidos após a fuga.
A promotora Lúcia Helena Callegari, responsável pela denúncia, também descarta a versão dele de crime passional. Para a promotora, o preso tentou proteger membros da facção do tráfico de drogas com base no bairro Bom Jesus, zona leste de Porto Alegre.
O adolescente de 16 anos que participou da execução continua sendo procurado pela polícia.