A Delegacia Fazendária do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) investiga desvio de verba pública envolvendo a prefeitura de Monte Belo do Sul, município de 2,7 mil habitantes da serra gaúcha. As informações são da Rádio Gaúcha.
Cerca de 15 policiais cumprem, na manhã desta segunda-feira, três mandados de busca e apreensão – dois no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, na casa e escritório de um ex-procurador do município, cujo nome não foi divulgado, e um em Monte Belo, na residência do prefeito eleito Adenir José Dallé (PMDB), que havia sido prefeito até 2012. Dallé acabou preso por porte ilegal de arma, mas foi solto ainda pela manhã após pagamento de fiança.
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O delegado Daniel Mendelski, que investiga o caso, diz que em 2009 houve uma causa trabalhista ganha pela prefeitura contra o INSS. No entanto, os honorários advocatícios ficaram com o ex-procurador, apesar da polícia informar que o dinheiro deveria ficar com o município. Houve cobrança do Tribunal de Contas do Estado e o prefeito, na época, não devolveu o valor.
Foram feitas várias tratativas, e como não houve mais respostas por parte dos investigados, o Deic deflagrou nesta segunda-feira a ação para buscar mais provas sobre o crime de peculato (quando se trata de funcionários públicos), envolvendo desvio e apropriação indébita.
Os valores não foram divulgados pelo Deic, pois a operação está em andamento.
O que diz Adenir Dallé
Após ser solto mediante pagamento de fiança, o prefeito eleito de Monte Belo do Sul disse que não sabia da investigação e que ficou surpreso "porque o dinheiro foi devolvido". Também destacou ter comprovantes. Segundo Dallé, o valor dos honorários foi depositado na conta do ex-procurador e havia o entendimento de que o mesmo deveria receber o dinheiro. Como a Justiça entendia exatamente o contrário, prefeito e procurador (na época do fato) tentaram recorrer antes de devolver a quantia.
Sobre a arma, Dallé disse que era do pai dele (uma espingarda calibre 36), que morreu há três anos. Também disse que tinha valor sentimental, mas que pretendia entregar à polícia nos próximos dias.