Para a polícia, o taxista Luiz André da Rocha, 53 anos, desaparecido desde o dia 12 deste mês, teria sido assassinado. Os investigadores acreditam que o corpo da vítima possa ter sido jogado da ponte sobre o Arroio Castelhano, no distrito de Mariante. O caso teria ligação com a morte do também taxista Paulo Roberto Lagemann, 55 anos, executado a facadas e deixado no banco de trás do Palio em que trabalhava, no sábado.
O carro de Lagemann foi localizado junto a um acostamento da rodovia RSC-453. Próximo ao lugar, há uma confluência do mesmo arroio, que desemboca no Rio Taquari.
- No local onde uma testemunha acredita ter visto o corpo do primeiro taxista ser jogado da ponte há uma marca de sangue. Como os moradores não ouviram qualquer som de disparo de bala, pensamos que ele tenha sido morto a facadas, assim como o Paulo Roberto Lagemann - informa o policial.
Para Schirrmann, se a Brigada Militar não tivesse chegado a tempo, após ser informada por um bombeiro que trafegava pela RSC-453 no sábado por volta das 19h50min, o corpo do taxista morto a facadas no pescoço e no rosto também teria sido jogado no arroio e veículo, posteriormente, queimado - o Spacefox de Rocha foi encontrado dois dias depois ao lado do parque da Fenachim - Festa Nacional do Chimarrão.
- O porta-malas do carro estava aberto. Tudo leva a crer que eles colocariam o corpo lá, e não terminaram o serviço porque saíram correndo pelo matagal quando viram a polícia se aproximando. Estamos montando esse quebra-cabeças para achar a "raposa que está à solta no galinheiro" - comentou Schirrmann.
A hipótese de latrocínio para os dois casos é a seguida pela polícia. Enquanto a carteira de Lagemann foi levada pelos criminosos, restando apenas uma quantia em dinheiro e o celular da vítima no interior do veículo, Luiz André da Silva Rocha teve os seus pertences roubados.
Por enquanto, a polícia só admite que tem um suspeito em vista, mas ainda há necessidade de maior apuração na checagem das imagens de monitoramento da rodoviária com a descrição feita por testemunhas.
O corpo de Luiz André da Silva Rocha ainda não foi encontrado. Mergulhadores da Brigada Militar fazem buscas nesta segunda-feira.
Protesto nesta manhã
Mais da metade dos taxistas de Venâncio Aires saíram às ruas em protesto contra a morte de Paulo Roberto Lagemann, ocorrida no último sábado, e do desaparecimento de Luiz André da Silva Rocha no início da semana passada. Os 47 taxistas começaram a carreata em frente ao ponto onde Rocha trabalhava, na avenida Osvaldo Aranha, e foram em direção à delegacia da cidade, 1,5 km distante.
Com buzinaço e gritos de protesto, a avenida ficou paralisada por cerca de 20 minutos, atraindo a atenção da população. Eles pressionaram o delegado Paulo Cesar Schirrmann para que prenda logo o assassino. Houve xingamentos e vaias pela falta de suspeitos presos pela polícia.
- Não posso prometer nada para eles. O que garanto é trabalho e dedicação. Mesmo os mais exaltados conseguiram entender que estamos em busca desses bandidos. Estou no meio de um furacão, mas esse momento vai passar - concluiu o delegado.
Crimes no Vale do Rio Pardo
Polícia de Venâncio Aires suspeita que corpo de taxista desaparecido tenha sido jogado em arroio
Nos dois casos, latrocínio é a principal hipótese do delegado Paulo Cesar Schirrmann
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