Depois de atracarem clandestinamente no Porto de Rio Grande e percorrerem mais de 800 quilômetros pelo Estado, passando por Passo Fundo e Caxias do Sul, dois senegaleses chegaram a Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, na última segunda-feira. A eles juntou-se um conterrâneo que veio de avião e cujo visto de turista, que lhe concede 15 dias legalmente em solo brasileiro, está prestes a expirar.
No entanto, mesmo que o visto de um deles expire e os demais não tenham entrado no Estado legalmente, o trio não é considerado ilegal. De acordo com o agente responsável pelo Núcleo de Imigração da Delegacia de Polícia Federal santa-cruzense, Bernardo Caldas Rossi, como os estrangeiros se dirigiram à polícia, eles têm direito e encaminhar um pedido de refúgio.
Até que os documentos necessários, que abrangem, inclusive, análise junto à Interpol, sejam reunidos pela PF para serem encaminhados ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), os senegaleses ficarão hospedados no asilo municipal. Para que consigam o título de refugiados - o que permite que vivam e trabalhem legalmente no país - os africanos devem justificar por que fugiram de seu país de origem.
- Isso se estiverem no asilo até a próxima semana, quando se comprometeram a comparecer na DP e preencher o formulário do pedido de refúgio - complementou Rossi.
Até lá, eles podem circular livremente pela cidade, mas devem dormir no asilo.
Aos policiais, os estrangeiros alegaram que estavam correndo risco de morte no país de origem. O trio disse que vem da região de Casamance, no sul do Senegal, onde ocorre um grave conflito político. No entanto, o motivo de pediram refúgio no Brasil deve ser oficializado somente na próxima semana, com o preenchimento de um formulário na DP.
Em Santa Cruz do Sul
Senegaleses querem ser reconhecidos como refugiados
Aos policiais, estrangeiros alegaram que estavam correndo risco de morte no país de origem
Vanessa Kannenberg / Uruguaiana
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