Uma menina de 12 anos foi morta a caminho da escola em Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo. Segundo a Polícia Civil, o corpo dela foi encontrado às 21h de quinta-feira pelo irmão em um matagal. O crime teria acontecido no início da manhã. O local onde Marciele Freitas Pinheiro foi encontrada é uma travessia costumeiramente usada pela estudante como atalho para chegar à escola estadual Rio Pardo, onde cursava a 7ª série.
De acordo com o escrivão Nauro Moraes, da Polícia Civil de Rio Pardo, Marciele morava na casa de parentes no bairro Boa Vista, pois os pais vivem e trabalham em uma propriedade rural no interior do município. À investigação, a família contou que a menina saiu de casa às 7h. Cinco minutos depois, a mãe teria falado com ela por telefone. Mas a estudante não chegou à escola.
Por volta das 9h, informou a polícia, uma colega de Marciele contatou a família para saber o porquê de ela não ter ido à aula. Os familiares tentaram contato com a menina, mas não conseguiram. Imediatamente, iniciaram buscas na casa de amigos e conhecidos dela na tentativa de localizá-la. Só à noite é que o irmão de Marciele refez o caminho que ela costumava usar até a escola e a encontrou.
Conforme a Polícia Civil, o corpo estava a cerca de 30 metros da travessia, dentro do mato. Ainda com a mochila nas costas, Marciele levou pelo menos sete golpes de faca ou canivete no peito e no pescoço. A arma não foi encontrada. Ela estava vestida e não tinha, aparentemente, sinais de violência sexual.
A travessia onde o corpo foi encontrado liga a Avenida Rio Branco à rodovia Santa Cruz do Sul-Pantano Grande (BR-471). Estima-se que o atalho reduziria o trajeto de Marciele à escola em cerca de dez minutos. O corredor tem aproximadamente 200 metros de extensão e poucas casas nos arredores. Segundo a polícia, nenhum morador percebeu qualquer movimentação suspeita.
- O local é isolado e havia cerração pela manhã. Não há uma hipótese clara até o momento, mas a suspeita é de que foi algo premeditado - destaca Moraes.
Nesta sexta-feira, a investigação ouvirá familiares e amigos da vítima para tentar descobrir o que pode ter motivado o crime. Ainda não há suspeitos. Preliminarmente, não havia motivo aparente para o assassinato, pois Marciele não teria namorado nem costumava ir a festas.
Diante da repercussão do caso e da prisão nesta sexta-feira de suspeitos pela morte de um agricultor em Rio Pardo, a Polícia Civil realiza uma força-tarefa no município. Há pelo menos 25 policiais civis mobilizados na cidade. O efetivo local recebeu reforço vindo de Santa Cruz do Sul. As diligências vão prosseguir durante a tarde.
O corpo da menina foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) de Santa Cruz do Sul. Após necropsia na manhã de sexta-feira, ele foi liberado. O velório deve iniciar por volta do meio-dia na capela da Funerária Petry. O sepultamento está previsto para as 16h, no cemitério municipal de Rio Pardo.
Colegas fazem homenagem para levar no velório da estudante
O assassinato chocou os 37,5 mil habitantes do município de Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo. Na escola estadual Rio Pardo, onde ela estudava, as aulas foram suspensas até segunda-feira. Enlutados, alunos e professores confeccionam cartazes com fotos de Marciele e mensagens de carinho a ela e apoio à família.
A diretora da escola, Virginia Maria Sachett Mattanna, conta que a ideia é levar as homenagens feitas pelos 382 estudantes ao velório da estudante. Virginia conta que Marciele era uma ótima aluna, tirava boas notas e tinha bom relacionamento com os colegas.
Segundo ela, a estudante havia participado, inclusive, do Grêmio Estudantil. A diretora também revela que a família de Marciele sempre esteve presente em atividades diversas desde que a menina ingressou na escola, há três anos. E observa que a morte da aluna também preocupa os pais, uma vez que muitos estudantes vão a pé ao colégio.
- Está todo mundo abalado, pois foi muito violento. Agora esperamos uma resposta sobre o que realmente aconteceu - afirma a diretora.