Sei que o assunto é constante nesta época, mas acredito na nossa capacidade de evoluir. Precisamos de uma retrospectiva pessoal para avaliar nossas atitudes.
Sei também que nós, nutricionistas, já mudamos nossos conceitos e, consequentemente, nossas condutas de trabalho, pois nossa prática depende de estudos cada vez mais atualizados. Já limitei o consumo de ovos, já prescrevi margarina light e, por muito tempo, não me importei com o uso de alguns alimentos industrializados de baixa caloria. Que bom que houve novos estudos que me fizeram alterar a prescrição aos meus pacientes.
Hoje quero propor uma autocrítica no que diz respeito à nossa saúde em 2016.
Se comemos bem, se conseguimos organizar a rotina para conciliar refeições de boa qualidade, se fizemos exercícios rotineiramente, se dormimos bem e se não nos excedemos no consumo de alimentos inadequados ou de álcool. Esta avaliação pode contar ainda com os resultados de um check-up ou com algum parâmetro de peso corporal ou medidas antropométricas.
E então? Como você está? Saudável, mantendo atividades físicas e o peso corporal? Com exames alterados e excesso de peso durante todo o ano? Ou a gordura corporal ainda aumentou? Foram só dois quilos, mas já havia sido assim em 2015, 2014?
Baseado nessas constatações, se você pretende melhorar, precisamos entrar para o planejamento de 2017.
O que podemos corrigir nos próximos meses? Melhorar o consumo de alguns alimentos? Deixar de comer frituras? Reduzir o açúcar? O consumo de álcool? Melhorar a frequência de exercícios? Fazer lanche entre as refeições principais? O que você acha que lhe impede de ficar melhor?
Arrisco dizer que um ponto pode ajudar muito. Acredito que devemos reduzir drasticamente o consumo de açúcar, que segue elevadíssimo. O açúcar de mesa, do refrigerante ou aquele que vem das farinhas refinadas dos pães, bolos e massas. Ainda não aprendemos a controlar as doenças, o nível de obesidade é cada vez maior e a oferta de açúcares também. Não é única causa, mas seria um grande começo para melhorarmos no próximo ano.
A recomendação da OMS é que nosso consumo de açúcar não ultrapasse 5% das calorias ingeridas no dia, o que em média, seria 20g. Uma colher de sopa de açúcar ao dia. Se você calcular que uma lata de refrigerante tem 35g, uma colher de chá tem 5g, dois biscoitos podem ter 10g, uma barra de cereal chega a ter 10g ou mais, um suco de caixinha pequeno pode ter mais de 20g... Mais a fatia de bolo, mais a geleia, a sobremesa. Nosso consumo é muito elevado.
O açúcar e consequentemente as altas taxas de insulina estão ligados a muitas doenças, especialmente em pessoas sedentárias.
Quem sabe esta pode ser uma boa meta para 2017? Reduzir drasticamente este alimento tão prejudicial.
Desejo um ano melhor para todos nós. Meus mais sinceros votos de saúde para todos.