Sou um grande pecador. Admito! Dos sete pecados capitais, já cometi todos. Várias vezes. Sempre tive a vaidade de mostrar que gostava de comer e a certeza de que nada me faria mal. Nunca gostei de dividir qualquer refeição com alguém: era avarento. Tinha uma inveja desgraçada de quem podia comer de tudo e não aumentava um grama no peso. Nada atiçava mais a minha ira do que comida ruim. Praticava verdadeiras orgias gastronômicas: luxúria. Claro que, em tudo isso, tinha a guarida do maior dos pecados para mim: a gula. Por fim, a preguiça, irmã fiel da gula, que barrava qualquer prática saudável e me empurrava para o abismo. Há pouco tempo me dei conta. Agora, estou no caminho da remissão dos pecados.
Após a conscientização, era preciso saber o tamanho do estrago e as formas de aplacar o caminho para o precipício no Te Mexe, Gigante!. O time do Hospital Moinhos de Vento foi convocado para mapear a minha vida de excessos. O endocrinologista Guilherme Rollin verificou peso, altura e medidas do corpo. Passou uma vasta lista de exames de sangue: glicose, colesterol, HDL, triglicerídeos e uma série de elementos. Além disso, uma ecografia abdominal para ver o estrago que a gordura poderia já ter feito no organismo.
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Depois, entrou em campo o cardiologista Charles Stefani com o eletrocardiograma, a ecografia do coração e das carótidas e o teste ergométrico completo, para testar o esforço e projetar os exercícios físicos. Com alguns resultados preocupantes, como alto número de glicose no sangue, e precisando perder peso diante dos 170 quilos, a nutricionista Fernanda Schumacher definiu a dieta. O ortopedista Felipe do Campo, com larga experiência na medicina do esporte, pediu exames de raio-x dos joelhos e da bacia, para verificar as minhas articulações. No final das contas, tudo desembocou nas mãos do educador físico Alexandre Travi, coordenador da Optima Fitness, para orientar o treinamento que acompanha a dieta.
A tarefa passou a ser diminuir o peso, sem colocar meta numérica. Trabalhar a longo prazo. O objetivo mais importante era debelar agressivamente o índice glicêmico, que beirava 286 mg/dl e a alta taxa da hemoglobina glicada, que me coloca como diabético. Remédios de uso contínuo passaram a fazer parte da minha rotina. E sistematizar uma atividade física que traz efeitos benéficos em todos os índices corporais alterados. Além de cuidados importantes com a alimentação, abrindo mão de carboidratos, açúcares e gorduras.
Até agora, o balanço é positivo. A glicose, medida ao menos duas vezes ao dia, apresenta níveis abaixo de 99mg/dl. O peso vem caindo a cada semana. E a atividade física, apesar de ainda ser motivo de cansaço e dores, começa a se tornar imprescindível, fazendo falta no momento em que não há programação na academia.
Tudo começa a dar resultado! E, se eu estou conseguindo, muita gente pode fazer o mesmo. Está esperando o quê?
Acompanhe a série
Esta é a terceira reportagem da série Te Mexe, Gigante!, que segue o repórter da Rádio Gaúcha Luciano Périco no desafio de mudar os hábitos de vida. A meta é conduzir a tocha olímpica, que passa pelo Estado em junho.
Você pode acompanhar as reportagens na Rádio Gaúcha (semanalmente, nos programas Gaúcha Hoje e Sábado Esporte), na RBS TV (semanalmente, no Jornal do Almoço) e no caderno Vida.