Em meio às campanhas de prevenção contra o suicídio do Setembro Amarelo, o Centro de Valorização da Vida, entidade filantrópica formada por voluntários que dão apoio emocional a quem necessita, passa a atuar em uma linha telefônica gratuita de número 188 no Rio Grande do Sul. Antes, o atendimento já não era cobrado, mas ligação, sim.
O CVV foi criado em São Paulo em 1962, e hoje tem 70 postos espalhados em 18 Estados e no Distrito Federal. O Rio Grande do Sul foi o primeiro a adotar a mudança, por ser o Estado com maior índice de suicídios do país - em 2012, a média foi de 10,9 casos para cada 100 mil habitantes, segundo dados do Mapa da Violência de 2014; em segundo lugar, estava Santa Catarina, com 8,6 casos, enquanto a média do Brasil é de 5,3. Os outros locais ainda funcionam pelo número de telefone 141.
De acordo com Roberta Grudtner, coordenadora da residência médica em psiquiatria do Hospital Psiquiátrico São Pedro, grande parte do número de suicídios é resultado de uma depressão. Por isso, conversar seria uma forma de prevenção, e a proposta dos cerca de 2 mil voluntários que trabalham na ONG é justamente ouvir. Como não são especialistas, os colaboradores não dão conselhos, mas são altamente procurados por permitir o completo anonimato.
- Nós trabalhamos com o mercado do desabafo e temos uma abordagem completamente centrada no atendido - explica Vitor, um dos voluntários (é praxe do CVV não divulgar sobrenomes).
O posto de Porto Alegre, localizado na Avenida José de Alencar, 414 (sala 205), recebe ligações 24 horas por dia. Atendimentos presenciais também são feitos, mas somente de segunda a sexta-feira das 8h às 18h. Mais informações no site.