Um método testado em ratos aumenta a esperança de pacientes com doenças degenerativas da retina recuperarem a visão. Em 88% do tempo, o dispositivo criado conseguiu estabelecer uma comunicação entre a retina e o cérebro dos animais.
O resultado do estudo foi publicado na edição desta semana na revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Segundo os autores, os resultados fornecem elementos essenciais para o desenvolvimento de um eficaz dispositivo protético da retina.
O estudo americano testou uma maneira diferente de prótese, com uma espécie de óculos especial instalado diante dos olhos de um rato cego. Conforme reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, pesquisadores da Universidade de Medicina Weill Cornell, em Nova York, conseguiram decifrar o tipo de linguagem usada entre a retina, onde a imagem é formada, e o cérebro, onde ela é traduzida. O rato cego que usou o equipamento, uma espécie de câmera, passou a enxergar.
Sem cirurgia
Oftalmologista do Hospital Banco de Olhos, de Porto Alegre, Henrique Schneider, especialista em cirurgia de retina e vítreo pela Universidade do Sul da Califórnia, avalia como "fantástica" a evolução da prótese criada, pois ela traduz o mundo exterior em impulsos elétricos semelhantes aos produzidos por uma retina em pleno funcionamento, proporcionando uma visão mais nítida. Outro diferencial é o de que não há a necessidade de procedimento cirúrgico.
As atuais próteses existentes proporcionam uma visão muito limitada, que, de acordo com o estudo, permitem a percepção de pontos de bordas claras e de alto contraste, mas não imagens naturais.
Schneider explica que a melhoria das próteses usadas atualmente depende de tecnologia que proporcione o aumento da resolução do dispositivo colocado na retina:
- O objetivo a ser alcançado em futuro ainda imprevisível é o desenvolvimento de um mecanismo que permita a leitura, o reconhecimento de faces e a locomoção sem auxílio em qualquer ambiente interno.