
Nos primeiros sete dias de 2024, 151 pessoas tiveram casos registrados de dengue conforme dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES). O número é 1.061% maior do que o mesmo período de 2023, quando foram 13 confirmações. Os dados constam no monitoramento de arboviroses da secretaria.
Em Barra do Guarita, no Noroeste, houve 82 confirmações dos 85 casos investigados na primeira semana. Durante todo o ano de 2023, foram registrados 287 casos no município, com a proliferação ocorrendo no segundo semestre. O enfermeiro da Unidade Básica de Saúde (UBS) e responsável pelo controle da dengue no município Valcier Balestrin aponta alguns fatores de risco que podem explicar a situação.
— Tivemos enchentes consecutivas aqui no município, principalmente entre outubro e novembro. Todos sabem que esses são fatores de risco muito significativos para a proliferação de doenças, especialmente a dengue. Com as enchentes, os rios acumulam muito entulho, plásticos e outros resíduos — explica Balestrin.
A prefeitura afirma que estão sendo realizadas ações em Barra do Guarita, como equipes atuando nas ruas para eliminar possíveis criadouros, orientações aos moradores para eliminar focos de água parada e medidas preventivas. Nas próximas semanas, está prevista uma ação de pulverização.
A enfermeira Cátia Favreto, responsável pelo Programa de Arboviroses do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVs) afirma que o aumento era esperado, mas há uma preocupação em relação ao incremento dos casos confirmados, já que podem necessitar de intervenção hospitalar.
— O aumento vem sendo esperado, pois temos um grande número de municípios infestados pelo Aedes. Com isso vamos ter casos confirmados de dengue - relata.
A segunda cidade com mais casos confirmados em 2024 é Tenente Portela, também no Noroeste, com 34, seguida por Derrubadas e Vista Gaúcha, ambas com cinco confirmações cada. Não há registro de mortes pela doença no Rio Grande do Sul neste ano.
Vacinação no Brasil
No dia 3 de janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde de Dourados, no Mato Grosso do Sul, deu início a uma campanha gratuita de vacinação contra a dengue, que deve atingir cerca de 150 mil pessoas entre quatro e 59 anos. O trabalho é fruto de uma parceria com o laboratório japonês Takeda, que desenvolveu a vacina Qdenga, já disponível na rede privada de saúde, e que oferece imunidade completa com duas doses, sendo que a segunda deve ser aplicada após três meses da primeira.
Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina Qdenga ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do SUS, o que faz do Brasil o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. A vacina não será disponibilizada em larga escala em um primeiro momento, mas será focada em público e regiões prioritárias, que ainda estão em processo de definição pela pasta.