O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta terça-feira (21) para os riscos das festas de final de ano devido ao aumento dos casos da variante Ômicron. Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, as festividades, em muitos lugares, levariam a “um aumento de casos, sistemas de saúde sobrecarregados e mais mortes”. Ele pediu para que as pessoas adiem as reuniões.
– Um evento cancelado é melhor do que uma vida cancelada – disse Tedros.
O diretor-geral da OMS afirmou ainda que a nova cepa do coronavírus está se espalhando mais rápido do que a variante Delta e causa infecções em pessoas já vacinadas ou que se recuperaram da covid-19. Nos Estados Unidos, por exemplo, as infecções por Ômicron já representam 73% dos casos confirmados de coronavírus.
– Agora há evidências consistentes de que o Ômicron está se espalhando significativamente mais rápido do que a variante Delta. [...] E é mais provável que as pessoas vacinadas ou recuperadas da covid-19 possam ser infectadas ou reinfectadas – alertou Tedros.
Na semana passada, um estudo publicado pelo Imperial College London afirmou que o risco de reinfecção por Ômicron era mais de cinco vezes maior.
Na segunda-feira, na sede da OMS, em Genebra (Suíça), Tedros Adhanom Ghebreyesus voltou a defender a redução da desigualdade no acesso às vacinas. Segundo ele, o mundo só sairá da pandemia, em 2022, se houver mais pessoas vacinas e de forma mais rápida e menos desigual.
– No próximo ano, a OMS está empenhada em fazer todo o possível para acabar com a pandemia. [Mas] se quisermos acabar com a pandemia no próximo ano, devemos acabar com a desigualdade (no acesso às vacinas), garantindo que 70% da população de todos os países esteja vacinada até meados do ano que vem – destacou.
Ômicron em 89 países
A variante Ômicron já foi identificada em 89 países, segundo resumo técnico da OMS. O documento reforça que há evidências consistentes de que a nova cepa tem uma vantagem de crescimento substancial sobre a Delta, espalhando-se mais rápido.
Em países com transmissão documentada, o tempo de duplicação da variante é entre 1,5 a 3 dias, maior do que o tempo da variante Delta, informa o relatório.
A OMS avalia que é provável que a variante ultrapasse a Delta em número de casos. Porém, ainda permanece incerto se a rápida taxa de crescimento pode estar relacionada à falta de vacinação, aumento da transmissibilidade da variante, ou de ambos.
Líderes e cientistas alertaram, ao longo da semana, que a Ômicron pode se tornar dominante em alguns países europeus nos próximos dias.