Pessoas que buscaram a segunda ou a terceira dose da vacina contra a covid-19, nesta sexta-feira (10), e não tinham o comprovante em papel da aplicação anterior, voltaram para casa sem receber o reforço em Porto Alegre. O motivo é o ataque hacker aos sistemas do Ministério da Saúde, que prejudica, entre outros serviços, o aplicativo do ConecteSUS e Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), usado por municípios e Estados para fazer o registro de vacinação.
Em locais como o Shopping João Pessoa e a Unidade de Saúde Santa Marta, por exemplo, os profissionais relataram que o preenchimento dos dados do público voltou a ser de forma manual, como era antes da criação dos serviços digitais.
Ambas as ferramentas continuavam fora do ar até o começo da tarde. O problema afeta as pessoas que buscam a vacina e não têm a carteira impressa em papel, mas apenas pelo app do ConecteSUS.
— Hoje nós estamos com preenchimento manual porque o sistema está fora do ar. Estamos preenchendo em planilhas como foi lá no início. Isso gera uma demora maior, porque tem que preencher todos os dados à caneta, cuidar para escrever direitinho e depois passar para o sistema — relata Mariana Aladren Romano, da unidade de saúde Modelo.
— Tivemos pessoas que não puderam ser vacinadas hoje porque não trouxeram o comprovante de vacinação, que mostra o período da dose, em função desse ataque à plataforma. Quando o Ministério da Saúde conseguir resolver o problema, nós voltaremos ao sistema virtual — completou.
Os profissionais de saúde recomendam que as pessoas levem a carteira de vacinação em papel ou em arquivo PDF que tenham baixado anteriormente no Conecte-SUS.
— Como o nosso sistema de inserção da vacina não está funcionando, a gente pede aos usuários que tragam as carteiras de vacinação para aplicarmos a segunda ou terceira dose. O que mudou é que nós estamos fazendo os registros manuais nas planilhas para depois inserir no sistema. Quem vier aplicar a vacina, não se preocupe que depois será registrado no sistema — destacou Lia Trajano, enfermeira da unidade de saúde Santa Marta.
No momento, a Secretaria Municipal da Saúde aguarda o Ministério da Saúde resolver o problema para o serviço ser normalizado.
A professora Rita de Cássia Vidal e o seu filho quase tiveram que voltar para casa sem a vacina, mas, graças à tecnologia, João conseguiu fazer a segunda dose.
— Eu vim com o meu filho no posto de saúde para fazer a vacina, e fiquei surpresa quando pediram a carteira de vacinação porque o sistema está fora do ar. Mas como eu tinha feito um print da carteira digital dele, ele vai conseguir se vacinar. A sorte é que eu já havia me prevenido.
João Lucas Vidal relata a sensação de alívio.
— Se não fosse o print, eu teria que voltar para a casa, mas estou feliz porque agora eu vou conseguir tomar a vacina.