Após 15 dias de operação, o hospital de campanha de Porto Alegre já atendeu 144 pacientes com coronavírus. Construída no pátio do Hospital da Restinga (HRES), na zonal sul da Capital, a estrutura montada pelo Exército desembarcou em território gaúcho no momento de maior recrudescimento da pandemia na cidade. Em seu primeiro dia de operação, ela lotou todas as 17 vagas. Contudo, na última semana, houve uma redução no número de internados e a unidade cuida, atualmente, de nove pacientes, segundo o boletim da instituição divulgado nesta sexta-feira (2).
O alívio na ocupação dos leitos clínicos fez com que o hospital se oferecesse para receber pacientes de unidades de pronto-atendimento e de outras instituições de Porto Alegre. De acordo com Paulo Scolari, diretor-geral do HRES, eles estão aptos a acolher os enfermos, caso seja necessário:
— Estamos em contato permanente com a regulação. Necessitando, nós recebemos.
O diretor-geral explica que esta unidade temporária se propõe a atender pacientes de casos não tão graves. Por isso, nenhum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi ativado até agora. Entretanto, ele afirma que podem ser abertas vagas de UTI, se isso for demandado.
Até o momento, dois pacientes evoluíram para o quadro mais grave da covid-19 e, em função disso, foram encaminhados para o HRES. Segundo Scolari, não foi registrado nenhum óbito no hospital de campanha.
Ele pontua ainda que essa estrutura temporária atua na retaguarda da unidade da Restinga e que ela tem executado muito bem essa função.
— O hospital de campanha surtiu efeito no primeiro momento no HRES, pois eram 80 pacientes internados na emergência e usamos os 17 leitos para aliviar a demanda. Com essa redução do número de internados, na última semana, o Hospital da Restinga conseguiu trazer pacientes de outros locais, tendo o hospital de campanha a função de auxílio na diminuição dos pacientes na emergência — diz Scolari.
Conforme o diretor-geral do Hospital da Restinga, não há previsão de quando a estrutura temporária de atendimento será desativada. Porém, ele arrisca dizer que ela não será necessária daqui pouco tempo:
— Se continuarmos nesse ritmo de agora, com queda nos atendimentos de casos leves, possivelmente, em maio poderemos desativá-la.