Líder técnica da resposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) à pandemia de covid-19, Maria Van Kerhove afirmou nesta sexta-feira (30) que o coronavírus sofre mutações de forma mais lenta do que outros vírus, mas é preciso monitorá-las.
— Vamos continuar a ver mutações, e isso é esperado. É importante definir quais são as mais importantes — disse a epidemiologista em uma entrevista coletiva.
O diretor-executivo do Programa de Emergências da OMS, Mike Ryan, por sua vez, destacou a importância de os países terem uma estratégia correta de testagem para a covid-19.
— Nenhum país atuou de maneira perfeita na pandemia, mas os que agiram com honestidade e transparência e mantiveram os esforços de combate ao longo do tempo se mantiveram relativamente bem — declarou Ryan.
Os comentários dos integrantes da OMS foram feitos após a divulgação de um estudo que investiga se a segunda onda da pandemia na Europa pode ter partido de uma mutação no coronavírus.
Responsável pela maioria dos casos observados na segunda onda de infecções em alguns países do continente, a nova cepa é analisada para se identificar se é mais transmissível do que as demais ou se a mutação pode estar associada à rapidez atual de disseminação da doença.
O estudo foi feito por pesquisadores das Universidades de Basileia (Suíça) e de Valência (Espanha) e divulgado na quarta-feira (28) na plataforma MedRxiv, e revela que a variante foi originalmente identificada em junho no país ibérico, passando, no mês seguinte, a representar 40% de todos os casos na Espanha. Hoje, ela já é responsável por 80% dos registros em território espanhol.