O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta terça-feira (8) que a previsão é começar a vacinar a população brasileira contra covid-19 em janeiro de 2021. Em reunião ministerial no Palácio do Planalto, Pazuello respondeu a pergunta da youtuber mirim Esther, escalada pelo presidente Jair Bolsonaro para questionar seus auxiliares, em tom de descontração, durante parte do encontro.
— Vai ter vacina para todo mundo e remédio, ou não vai? — questionou a menina, repetindo pergunta ditada pelo presidente.
— Esse é o plano. A gente está fazendo os contatos com quem fabrica a vacina e a previsão é que chegue para a gente em janeiro. Janeiro a gente comece a vacinar todo mundo — respondeu Pazuello.
Para a vacina desenvolvida por Oxford com a AstraZeneca, o governo federal acertou um protocolo de intenções que prevê a disponibilização de 30 milhões de doses até o fim do ano, e está concluindo as negociações para o pagamento e a assinatura de um acordo final que incluirá também a transferência de tecnologia para produção nacional, que deverá ser conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Caso a vacina tenha sua eficácia comprovada, a previsão da pasta é produzir, inicialmente, 100 milhões de doses a partir de insumos importados. A produção integral da vacina na unidade técnico-cientifica Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro, deve começar a partir de abril de 2021.
Outros países também têm apresentado estudos para a produção da vacina, como Rússia e China, e integrantes do ministério já disseram que podem também negociar caso alguma delas se mostre eficaz contra a covid-19.
Na reunião no Planalto, a garantia de uma vacina em janeiro foi citada ainda por Marcelo Álvaro Antônio, chefe da pasta do Turismo.
— A expectativa é que o próximo verão, com a vacina, seja o maior volume de turismo da história do turismo doméstico — declarou.
Segundo ele, o setor "vai voltar forte".
Volta às aulas
Sem entrar em detalhes, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que as aulas nas escolas devem retornar "em breve". A decisão, contudo, depende também dos governos estaduais, lembrou Ribeiro.
— As aulas devem voltar em breve, assim que tiver segurança — disse.
— Isso depende de cada governo também, estadual, mas logo logo vamos ter novidades aí, viu? — comentou.
Instituições de ensino foram obrigadas a paralisar as atividades presenciais por conta da pandemia do novo coronavírus.
Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira indicou que a suspensão das atividades escolares por conta da pandemia deve causar impactos na economia mundial que podem durar até o final do século e pode levar a uma perda ao longo deste período de, na média, 1,5% na economia global. Ainda não há uma orientação oficial da pasta de Ribeiro sobre a retomada das aulas.