Unindo tecnologia, segurança e a perenidade de uma instituição centenária, foi inaugurado, nesta terça-feira (19), o Centro de Fertilidade do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Com investimento de R$ 5 milhões, o local vai auxiliar mulheres que desejam engravidar e também servir como um braço assistencial da casa de saúde para pacientes em tratamento contra determinadas doenças, como o câncer, por exemplo.
Instalada em uma área com mais de 200 metros quadrados, o espaço conta com consultórios, sala para exames de imagem, área cirúrgica e de recuperação, além de três laboratórios: um de reprodução assistida, um de processamento de sêmen e outro para a preservação de óvulos congelados. A estimativa, prevê um dos coordenadores do Centro, o médico Eduardo Pandolfi Passos, é realizar cerca de 25 ciclos (tratamentos) por mês, além de oferecer o serviço de congelamento de óvulos.
Preparado para atender a população em geral, o novo centro ainda tem como diferencial a capacidade de absorver pacientes em tratamento no hospital.
— Ter uma clínica que faz parte do atendimento assistencial da instituição, onde atendemos pacientes oncológicas, é um diferencial. Há uma urgência em tratar o câncer, por conta disso, estaremos disponíveis para retirar os óvulos antes do início do tratamento da doença — justifica Passos. Isso acontece porque tratamentos como quimioterapia ou radioterapia podem prejudicar a fertilidade ou mesmo tornar as mulheres inférteis, diz o especialista.
RS é o quarto em ciclos de fertilização
Pelo menos três fatores são apontados por Passos como determinantes para a busca por clínicas de reprodução assistida: infertilidade, aumento dos casos de câncer e postergação da maternidade.
— A idade média do primeiro filho aumentou no mundo inteiro. As mulheres adquiriram longevidade, mas isso não acontece no ovário. Por isso, há uma orientação para que mulheres que desejam a gestação congelem os óvulos antes dos 35 anos. A partir dessa idade se estabelece uma perda na qualidade deles — fala o médico.
Em visita ao novo centro, o especialista Edson Borges Júnior, diretor científico do Fertility Medical Group, de São Paulo, complementa:
— Um fato interessante é que a idade média da mulher que faz reprodução assistida é 37 anos. Se eu disser que ela é velha vão brigar comigo, mas reprodutivamente falando, é uma faixa etária na qual fica mais difícil engravidar.
Conforme o 12° relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), publicado em julho deste ano, o Rio Grande do Sul é o quarto Estado com maior número de ciclos realizados (ano base 2018). Foram 2.888, ficando atrás de São Paulo (20.170), Minas Gerais (4.221) e Rio de Janeiro (3.959). Já o número de embriões congelados no Rio Grande do Sul é de 7.016, colocando o Estado na terceira colocação nacional, atrás de São Paulo e Minas Gerais.