O presidente Jair Bolsonaro (PSL) passará pela quarta cirurgia em decorrência da facada recebida em Juiz de Fora (MG) durante a campanha eleitoral, há um ano. A operação está marcada para ocorrer no próximo domingo (8), no Hospital Vila Nova Star, no Itaim Bibi, zona sul da capital paulista.
A nova intervenção é necessária porque surgiu uma hérnia (saliência na barriga em decorrência de um defeito na parede abdominal) no lugar da incisão cirúrgica feita anteriormente em Bolsonaro, conforme boletim assinado pelo médico Ricardo Peixoto Camarinha e publicado nas redes sociais do presidente.
De acordo com o cirurgião Paulo Rabaldo, diretor da Clínica Salute, de Porto Alegre, não é incomum que a hérnia surja após um procedimento cirúrgico abdominal. Isso ocorre porque o local do corte pode ficar fragilizado com o rompimento de camadas de músculo e gordura. Com a pressão do intestino, um caroço pode surgir na barriga do paciente.
— A situação pode ter ocorrido porque a primeira cirurgia após o atentado foi de emergência, sem o tempo adequado de preparação, com a preocupação principal de estancar o sangramento — estima Rabaldo.
Conforme Guilherme Sander, gastroenterologista e coordenador da Unidade de Endoscopia Digestiva do Hospital Ernesto Dornelles, a hérnia pode causar, além de desconforto, um encarceramento do intestino no orifício, levando à necrose da parte do órgão que se acumula no local. Este agravamento pode levar risco à vida do paciente.
— Por isso, na maior parte das vezes, a correção é importante. E ela se dá reposicionando o conteúdo para dentro do abdômen e suturando a parede abdominal fragilizada, geralmente com o reforço de uma tela para aumentar a resistência no local — explica Sander.