O Dia Nacional de Combate ao Fumo traz uma boa notícia: de acordo com o último levantamento do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2017), do Ministério da Saúde, Porto Alegre reduziu em 60,2% o percentual de fumantes passivos no local de trabalho nos últimos nove anos. O número passou de 9,3% em 2009, para 3,7% em 2007. O estudo verificou, ainda, a redução na frequência entre os fumantes passivos no domicílio. Foram feitas 53.034 entrevistas por telefone, em 26 capitais e no Distrito Federal.
No entanto, o cigarro ainda ocupa a primeira e a terceira posição entre as maiores causas de morte evitável. A primeira diz respeito ao próprio fumante, e a terceira refere-se ao chamado fumante passivo. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), fumar mata mais de 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo — incluindo o próprio fumante e o fumante passivo — e é a principal causa evitável de doenças não transmissíveis.
São muitas as doenças relacionadas ao cigarro, entre elas, infarto agudo do miocárdio, bronquite crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), problemas cardiovasculares e diversos tipos de câncer. Felizmente, o tabaco é a droga que tem mais tipos de tratamento farmacológico com efetividade comprovada, incluindo medicamentos e terapias, como a cognitiva comportamental, que é oferecida pelo SUS. O fumante pode ir a um posto de saúde e pedir o encaminhamento para a terapia.
Se você deseja largar o vício em cigarro, veja, a seguir algumas dicas que podem auxiliar neste processo.
Sete dicas para ajudar a parar de fumar
1- Quando for fumar, estabeleça um local específico e não faça outra atividade paralela, como tomar café ou ler jornal. Desassocie hábitos prazerosos do cigarro.
2- Afaste o intervalo de tempo entre um cigarro e outro, se você costuma fumar de meia em meia hora, por exemplo, se esforce para fumar de uma em uma hora. Se necessário, controle no relógio.
3- Relaxamento diafragmático: respire contando até três e inflando a barriga. Segure a respiração contando até três. Por fim, solte levemente, contando até seis, imaginando que há uma vela na sua frente e que você não pode apagá-la. Ao mesmo tempo, vá "murchando" a barriga. Esse exercício diminui a fissura e a ansiedade.
4- Quando ficar com vontade de fumar, faça algo que o distraia, como ler um livro ou assistir à televisão, por exemplo.
5- Substituição por imagem positiva: imagine, como se fosse um filme, algo de bom que pode acontecer se estiver em abstinência.
6- Substituição por imagem negativa: agora, imagine algo de ruim que pode acontecer caso você tenha uma recaída.
7- A fissura normalmente dura, no máximo, 8 minutos, um banho entre 15 e 20 minutos pode ajudar a relaxar.
Fonte: Renata Brasil Araujo, doutora em Psicologia com ênfase em intervenções cognitivas e comportamentos dependentes, e vice presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead).
Confira os benefícios associados ao fim do tabagismo
- Em 20 minutos: a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis normais. A temperatura nas mãos e nos pés aumenta até chegar aos níveis considerados normais.
- Em oito horas: os níveis de monóxido de carbono no sangue chegam aos valores normais e o nível de oxigênio aumenta.
- Em 24 horas: o risco de se ter um acidente cardíaco relacionado ao fumo diminui.
- Em 48 horas: os sentidos de olfato e paladar melhoram.
- De duas semanas a três meses: caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%.
- De um a nove meses: os sintomas comuns em fumantes, como tosse, rouquidão, congestão dos seios da face, fadiga e falta de ar, ficam mais tênues. A pessoa fica mais disposta para realizar atividades que requerem bastante energia.
- Em um ano: o risco de doenças ligadas a males do coração cai pela metade, em relação a um fumante.
- Em cinco anos: a taxa de mortalidade por câncer de pulmão diminui em pelo menos 50%. Depois de cinco a 10 anos sem fumar, o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) é reduzido aos níveis de não-fumantes. O risco de câncer na boca, garganta ou esôfago diminui pela metade, quando comparado ao de um fumante.
- Em 10 anos: a taxa de mortalidade por câncer de pulmão se torna igual a de quem nunca fumou. Os riscos de câncer na boca, garganta, esôfago, bexiga, rim e pâncreas diminuem.
- Em 15 anos: os riscos de uma pessoa morrer por doenças relacionadas a problemas no coração se tornam iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.