Uma pesquisa realizada pela Sociedade Americana do Câncer sugere que crianças que crescem em ambientes frequentados por adultos fumantes têm riscos maiores de morrer de doenças graves de pulmão, mesmo que elas não se tornem fumantes na vida adulta. O tema é mais um dos diversos tópicos debatidos sobre o tabagismo nesta quarta-feira (29), Dia Nacional de Combate ao Fumo.
Já se sabia que crianças filhas de pais fumantes tinham mais riscos de desenvolver problemas pulmonares ou vasculares na infância, mas nenhuma outra pesquisa havia mostrado que estes hábitos também têm efeitos na vida adulta.
O estudo observou a saúde de 70,9 mil pessoas que não são fumantes: homens e mulheres foram acompanhados por mais de duas décadas e responderam diversas perguntas sobre a exposição ao fumo durante a infância e depois de adultos. Antes de a pesquisa ser concluída, um terço destas pessoas já havia morrido.
O resultado da pesquisa mostrou que aqueles que conviveram com um adulto fumante durante a infância apresentaram mais complicações de saúde ao longo dos anos. Ser exposto a fumaça de cigarro por mais de 10 horas por semana durante a infância aumentou os riscos de morte na vida adulta por doença pulmonar obstrutiva, doença cardíaca isquêmica e acidente vascular cerebral.
Para os pesquisadores, a melhor forma de proteger as crianças é os adultos que convivem com ela pararem de fumar. Além disso, o estudo dá mais força ao argumento de que deve se evitar que as crianças fiquem próximas da fumaça.
O tabaco é uma das maiores causas evitáveis de morte no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 5 milhões de pessoas morrem anualmente no mundo em decorrência do tabaco. A previsão é de que, até 2020, o número suba para 10 milhões de mortes anuais.