Estudo do Ministério da Saúde divulgado na quarta-feira (30) mostra que a prevalência de fumantes na população das capitais caiu de 15,7% em 2006 para 10,1% em 2017. A frequência do consumo do tabaco entre os fumantes também foi reduzida em 36% no período. Os dados foram divulgados em cerimônia no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio, em alusão ao Dia Mundial Sem Tabaco.
De acordo com informações divulgadas pela pasta, o hábito segue mais presente entre homens (13,2%) do que entre mulheres (7,5%) e nos adultos de 35 a 44 anos (11,7%) do que nos maiores de 65 anos (7,3%). A faixa etária dos 35 a 44 anos e a de 18 aos 24 anos apresentaram aumento de um ponto porcentual na comparação do número de 2017 ante o ano anterior.
A frequência do hábito de fumar foi maior entre os adultos com menor escolaridade (13,2%), e cai para 7,4% entre aqueles com 12 anos e mais de estudo, informou o ministério. A pesquisa também mostrou que entre as capitais do país com maior prevalência de fumantes estão Curitiba (15,6%), São Paulo (14,2%) e Porto Alegre (12,5%). Salvador foi a capital com menor prevalência de fumantes (4,1%).
Em 2014, Porto Alegre liderava o ranking do país, registrando 16,5% de fumantes em sua população. Em 2016, perdeu o posto para Curitiba, caindo para a segunda colocação, e agora ocupa o terceiro lugar.
Para o ministério, a redução no consumo do tabaco no Brasil é resultado de uma série de ações desenvolvidas pelo Governo Federal para combater o uso.
— A política de preços mínimos é um exemplo, pois está diretamente ligada à redução do consumo do cigarro em todas as faixas etárias. Considerando que a experimentação de cigarro entre os jovens é alta e que cerca de 80% dos fumantes iniciam o hábito antes dos 18 anos, o preço é um inibidor — declarou.
Outra ação importante, segundo a pasta, foi a legislação antifumo que proibiu o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos fumígenos, derivados ou não do tabaco, em locais de uso coletivo, públicos ou privados - mesmo que o ambiente esteja só parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo.
As informações são da pesquisa Vigitel 2017 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) feita por telefone nas 26 capitais e Distrito Federal, com 53.034 entrevistas.
Obesidade
Também nesta quarta, o Inca divulgou estudo que avaliou a relação do tabagismo com a obesidade abdominal em uma pesquisa nacional entre adolescentes. O resultado revelou que a proporção de circunferência de cintura elevada entre os meninos fumantes diários foi 130% maior do que entre os não fumantes. Entre as meninas fumantes, esse porcentual foi cerca de 60% maior quando comparadas às não fumantes.
Não é possível dizer, no entanto, que os adolescentes já estavam com a circunferência da cintura acima dos padrões antes de começar a fumar ou vice-versa. "O fato é que a coexistência desses dois fatores de risco, já nessa fase da vida, é algo preocupante, uma vez que esse cenário pode se perpetuar na fase adulta e representa um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, câncer e diabetes", disse o ministério em nota.
Tratamento
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para os fumantes. Para isso, a população deve procurar centros/postos de saúde ou a Secretaria de Saúde do município para informações sobre locais e horários de tratamento. Para outras informações, ainda é possível consultar a Coordenação de Controle do Tabagismo na Secretaria Estadual de Saúde ou entrar em contato com o Disque Saúde 136. São ofertados gratuitamente medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona.
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