O aumento de casos de sífilis chama atenção em Caxias do Sul nos últimos quatro anos. Enquanto em 2012 a cidade registrava 40 casos da doença sexualmente transmissível, o último balanço fechado da Secretaria Municipal da Saúde, de 2015, apontou 91 casos. No ano anterior, eram 52 registros da doença.
De acordo com Dino de Lorenzi, diretor de' programação em saúde e da saúde da mulher da secretaria, a proliferação de sífilis em Caxias é explicada pela melhora do diagnóstico, mas também pelo aumento do consumo de drogas injetáveis e de relações sexuais sem proteção. "O público predominante que atendemos é de usuários de drogas. As pessoas estão engravidando nas ruas", alerta Lorenzi.
Em casos de gravidez, a sífilis pode ser diagnosticada precocemente no exame pré-natal. Em muitos casos, ela resulta em aborto e morte fetal ou deixa sequelas, como retardo mental, má formação, cegueira e outros problemas. Para o adulto, muitas vezes, é uma doença silenciosa que pode ficar até 30 anos sem apresentar sintomas e provoca alterações cardiológicas. Em geral, os primeiros sintomas são lesões nos órgãos genitais.
O tratamento para sífilis costuma ser a penicilina injetável, porém o SUS enfrenta dificuldades para ministrar o tratamento. "Tem vários laboratórios que fabricam, mas diminuíram a produção porque a penicilina é muito barata. Isso desabasteceu o mercado brasileiro. Nós temos, como no resto do Brasil, doses limitadas e administramos priorizando casos de gravidez", explica o diretor da Secretaria Municipal da Saúde.