O plantio de duas palmeiras em frente ao escritório de advocacia Santos & Klauck, na Avenida Independência, em Porto Alegre, pode virar caso de polícia. O motivo é que uma das árvores, da espécie Phoenix canariensis, teria sido envenenada. A situação obrigou os donos a retirar a planta doente do solo e replantar outra no lugar.
As câmeras de segurança da fachada do imóvel não registraram a ação de envenenamento da planta. Os advogados estudam a possibilidade de fazer boletim de ocorrência.
— Na colocação (das palmeiras), vimos que não tivemos unanimidade. Percebemos que algumas pessoas gostaram, outras não — afirma o advogado Sandro Santos, um dos sócios-fundadores do escritório especializado na área tributária, que tem sede naquele endereço, no bairro Independência, desde 2005.
As palmeiras medem 5m50cm cada e foram plantadas em janeiro deste ano. Vieram de Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, e o par custou em torno de R$ 50 mil, já incluído o preço do plantio pela floricultura.
O fato foi descoberto em 13 de setembro, quando uma delas começou a apresentar cheiro ruim. O advogado chamou uma especialista no tema da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que confirmou o envenenamento.
A reportagem de GZH apurou que o produto encontrado no solo onde estava a árvore se chama Roundup. Trata-se de um tipo de herbicida à base de glifosato, empregado para controlar plantas daninhas em áreas agrícolas, jardins ou terrenos baldios.
— Tiramos a planta e levamos para um viveiro. Nesse meio tempo, colocamos outra — explica Santos.
A situação deixou os sócios surpresos. Segundo ele, o escritório não possui inimigos e não atua na área criminal.
— Se tem uma planta na rua e está com veneno, alguém colocou ali. Mas não temos uma pessoa para apontar e dizer que foi a responsável — pondera.
Polêmica no local
Nas imediações do escritório, os vizinhos já escutaram falar na história do envenenamento. Um zelador de um prédio da vizinhança, que pediu para não ser identificado, disse que "essa polêmica acontece desde que plantaram as palmeiras."
— A tolerância tem de ser praticada diariamente, desde as relações de vizinhança até os conflitos entre nações — reflete outro vizinho, Fábio Silveira, que vive no quarteirão do outro lado da rua.
A palmeira envenenada, que foi retirada do local há duas semanas, está sendo tratada em uma floricultura. Foram gastos mais R$ 25 mil para replantar outra. A esperança dos proprietários é de que a árvore doente possa ser salva.