Em 1836, um conflito da Revolução Farroupilha ocorreu em área atualmente situada dentro do Parque Estadual de Itapuã — cuja criação completa 50 anos nesta sexta-feira (14). No Morro da Fortaleza, há vestígios das trincheiras onde os farrapos instalaram suas baterias de fogo e parte das pedras que formavam uma fortaleza natural.
— Bem no ponto estratégico entre a Ilha do Junco e o Morro da Fortaleza, na Praia da Pedreira, houve essa batalha que durou três meses — contextualiza Alba Brazeiro, monitora ambiental e condutora de trilha no parque.
De acordo com Alba, eram 250 imperialistas vindos em embarcações do Rio de Janeiro contra 42 farrapos, que estavam entrincheirados naquele ponto estratégico.
Os imperialistas queriam passar pelo canal para tomar Porto Alegre. Os revolucionários jogavam bolas de canhões para impedir a travessia dos adversários.
Houve uma neblina intensa na região do conflito durante uma noite, e os farrapos ficaram sem visibilidade. Dessa maneira, os legalistas passaram pelo canal, desembarcaram no Porto das Pombas, chamado à época de Saco do Faria, e atacaram por terra. Dos 42 farrapos, 32 morreram em combate e 10 foram aprisionados.
— O comandante farrapo Simão Barreto foi colocado no navio como troféu de batalha, morrendo heroicamente — relata.
Apesar de não fazer parte do parque e nem estar aberto à visitação, um casarão antigo que serviu de quartel-general para Bento Gonçalves durante a Revolução Farroupilha pode ser visto em trecho da Estrada das Pombas.
No minimuseu do Centro de Visitantes, diversos artefatos dos farrapos podem ser apreciados pelos visitantes. Também há material informativo, mapas e ossos de animais que habitaram Itapuã.