Os comerciantes das lojas sob o Viaduto Otávio Rocha (Viaduto da Borges), no Centro Histórico, em Porto Alegre, participaram de reunião com secretários municipais para tratar do seu destino durante as obras de revitalização da estrutura. Os trabalhos, que preveem restauração, recuperação, correção e conservação do viaduto, devem durar um ano e meio. A prefeitura prometeu alocar os negócios em outros espaços pertencentes ao município durante o período de obras.
Existem 31 permissionários sob os arcos do viaduto, que vendem roupas, livros, vinis, serviços de conserto de celulares e alimentos, entre outros. Ao todo, 16 se mostraram interessados na transferência temporária. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico deve procurar endereço provisório para cada um, caso a caso.
Presidente da Associação Representativa Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha (ARCCOV), Adacir José Flores, dono da Espaço Cultural Qorpo Santo, destaca que a reforma é desejada e que os comerciantes trabalham há anos para que aconteça. Contudo, ele solicitou à prefeitura que o trabalho seja feito por partes, para que os comerciantes não tenham que sair do espaço durante todo o período de obra.
— Sugerimos que se reveja isso de fechar todo ele pra reforma, que seja por braço, como foi em 2000. Ia ser mais tranquilo, e se fecha tudo, até o vandalismo se aproveita dessas situações — defende.
Segundo informações da prefeitura, foi uma recomendação técnica do projeto isolar a área para fazer a obra de uma vez só, o que, inclusive, reduziria custos. Uma nova reunião para tratar de detalhes do projeto foi marcada para 4 de agosto.
O contrato para a revitalização do Viaduto Otávio Rocha foi assinado no dia 8, mas o secretário de Administração e Patrimônio, André Barbosa, acrescenta que existe um prazo de até quatro meses para o início das obras.
O investimento será de R$ 13,7 milhões. Todo o revestimento característico do viaduto (chamado de cirex) será substituído. Haverá um processo de impermeabilização, novas instalações elétricas, iluminação pública e sistemas de segurança, e a obra também permitirá a reativação das escadarias internas do viaduto, hoje inacessíveis ao público.