Tiago Boff
Poucas expressões representam tão bem o drama de Rodrigo Batista Linden como "correr atrás do tempo perdido". A sentença, para o trabalhador informal de Gravataí, é a síntese perfeita da profissão emergencial que o tem ajudado: o homem com fôlego de garoto corre contra os 50 segundos de um movimentado semáforo de Porto Alegre na tentativa de pendurar o máximo de pacotes de bala nos retrovisores. Sem o privilégio do descanso, completa o ciclo em ao menos uma dezena de carros e retorna aos automóveis da linha de frente, torcendo para enxergar qualquer mão estendida.
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