Uma clínica clandestina que abrigava idosos no bairro Mario Quintana, na zona norte de Porto Alegre, foi fechada nesta quinta-feira (12), em operação integrada realizada pela Polícia Civil e prefeitura. A proprietária, uma mulher de 47 anos, foi presa em flagrante por abandono de incapaz e maus-tratos.
A investigação teve início na última segunda-feira (9), quando a polícia recebeu denúncias de más condições do espaço. Em uma diligência no dia seguinte, a informação se confirmou: agentes encontraram 16 idosos em quatro quartos, sem camas suficientes, e um ambiente sujo.
— É um local muito quente, pequeno, apenas quatro pecinhas para dezesseis pessoas. Não tinha nem camas suficientes para eles dormirem. Há deficientes físicos, mas não tem cadeira de rodas — detalhou a delegada Cristiane Ramos, da Delegacia de Proteção ao Idoso.
As equipes da polícia e Vigilância Sanitária chegaram ao local para fiscalização por volta das 10h desta quinta. Encontraram um número menor de idosos: havia baixado para 13. A polícia acredita que familiares tenham resgatado os demais. Ainda assim, encontrou alguns desorientados.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve na clínica clandestina e atendeu os internos. Parte deles estava desidratada.
Os idosos que estavam internados devem ser devolvidos para os cuidados de familiares. Os demais serão encaminhados para Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc).
A mulher presa não teve o nome revelado pela polícia. A delegada alegou que "é política da delegacia" não informar os nomes de detidos. No entanto, revelou que a dona da clínica já tinha antecedentes criminais por maus-tratos a idosos. A polícia também vai apurar outros crimes. Segundo a delegada, a mulher era curadora de alguns dos internos e admitiu ter feito empréstimos nos nomes deles.
O fechamento da clínica foi feito pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE). O espaço foi interditado por tempo indeterminado após diagnóstico da Vigilância Sanitária de que o ambiente oferecia riscos a idosos. Também não há alvará.