Uma das principais atrações de lazer da Redenção, em Porto Alegre, os pedalinhos em formato de cisne vão deixar o lago do parque. Em atividade desde 2004, os equipamentos já estão sendo removidos pela empresa proprietária e não estão mais disponíveis para o uso da população.
De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams), havia interesse do poder público em manter o serviço e o pedido para encerrar o serviço teria partido da Sólidos Diversões, detentora da permissão para explorá-lo.
O empresário Normelio da Poian Júnior, um dos sócios da empresa, dá uma versão diferente: o pedido de encerramento só foi efetuado depois que a prefeitura indicou que não queria renovar o contrato, encerrado no final de 2018. Neste ano, o serviço era prestado sem contrato, mas o repasse de dinheiro ao Executivo era mantido.
—O contrato terminou oficialmente em 31 de dezembro, mas em novembro (de 2018) eles já avisaram que não haveria renovação, porque iriam incluir (os pedalinhos) na licitação (do complexo do lago)—afirma o empresário.
Normelio diz que a empresa teria interesse em permanecer, caso conseguisse firmar um contrato de pelo menos cinco anos — como os que haviam sido assinados desde o início da prestação do serviço. Entretanto, segundo ele, foi oferecida apenas uma proposta de prorrogação por três meses, que sequer foi formalizada.
Segundo a prefeitura, o prazo de prorrogação oferecido foi de um ano. Ainda assim, segundo Normelio, o período seria insuficiente para a viabilidade econômica do serviço, que tem picos sazonais — ou seja, a demanda é maior em épocas específicas do ano.
— Gostaria muito de ficar lá, mas, com a situação que está, não vou ficar pagando para trabalhar — desabafa.
A Sólidos Diversões empregava de seis a oito funcionários, a depender da demanda, na operação dos pedalinhos. Para utilizar os equipamentos, que têm espaço para dois adultos e uma criança, o valor era de R$ 15 por 15 minutos ou R$ 20 por meia hora.
Para Roberto Jakubaszko, membro do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha, a retirada dos pedalinhos é uma perda "irrecuperável" para os frequentadores.
— A prefeitura deveria ter avisado a população de que o serviço não seria mais prestado. A ausência dos pedalinhos descaracteriza a Redenção — afirma.
Segundo a Smams, o serviço será incluído na licitação do complexo do lago, que também contempla um espaço gastronômico na área do orquidário. O lançamento do edital depende do final da tramitação da lei que dispõe sobre as concessões de áreas verdes, aprovada em abril pela Câmara de Vereadores.