À primeira vista, pode parecer uma das cenas mirabolantes de Grey's Anatomy, mas trata-se de uma operação muito bem planejada. Dentro de um táxi e com acompanhamento de uma equipe médica, um coração foi transportado do aeroporto Salgado Filho até o Hospital de Clínicas de Porto Alegre na manhã desta terça-feira (11). O órgão foi trazido de Rio Grande, no sul do Estado, para transplante.
Há cinco anos na coordenação de Operações Especiais da EPTC, Leandro Barbosa de Azevedo afirma que, apesar de parecer, a ação não é tão incomum. O trabalho é feito em conjunto com a Central de Transplantes do Estado.
— Eles recebem informações quando há um doador e verificam para onde os órgãos serão encaminhados. Se vier para Porto Alegre, eles nos acionam — explica.
É a própria central que chama o táxi. Segundo Azevedo, todo taxista pode realizar o serviço — agentes da EPTC orientam o condutor sobre as coordenadas do trajeto antes do início da viagem.
A ação na manhã desta terça contou com o auxílio de cinco batedores da empresa pública: a equipe se desloca à frente do táxi, bloqueia as vias e garante que o veículo não precise parar bruscamente durante o caminho. Neste ano, Azevedo contabiliza cerca de 20 operações do tipo. O trajeto inclui Sertório, Terceira Perimetral, Ipiranga e Ramiro Barcelos até chegar ao hospital.
— Cada deslocamento desse é um desafio. São situações diferentes, pessoas diferentes, movimentação diferente. Nossa missão é entregar esse órgão, que pegamos em ótimo estado, e entregar da mesma forma, para salvar vidas — conta Azevedo.