Para quem observa à distância, a impressão é de que as ilhas se multiplicaram no Guaíba. Nas últimas semanas, trechos normalmente inundados despontaram em partes do manancial, modificando a paisagem que os porto-alegrenses se acostumaram a ver.
GZH sobrevoou o Guaíba e encontrou bancos de areia bancos de areia perto do Cais Mauá e nas proximidades das ilhas do Pavão, Breno Caldas e do Chico Inglês, além de uma faixa de terra maior no entorno da Ilha do Presídio. Alguns trechos de terra próximos à entrada da cidade também podem ser avistados da estrada, a partir da Avenida da Legalidade.
Apesar de causar estranhamento, a terra à mostra não é motivo para preocupação, segundo a Superintendência do Porto de Rio Grande. É consequência de semanas de tempo seco, que fizeram com que o nível do Guaíba diminuísse, deixando alguns bancos de areia evidentes.
— Como não temos tido chuva, inclusive nas cabeceiras (nos rios que alimentam o Guaíba), o volume de água está menor. Tem a ver com a época, que é uma época de estiagem. Mas estamos com uma lâmina d'água boa ainda — explicou o diretor de hidrovias da Superintendência do Porto de Rio Grande, Álvaro Francisco Mello.
Conforme as medições do Centro Integrado de Comando (Ceic), o nível do Guaíba na quarta-feira à tarde era de 0,62 centímetros, 0,12 a mais do que a média do mês de fevereiro, que é 0,5. A média dos primeiros dias de fevereiro também ficou acima do histórico: até dia 7, era de 0,71.
O número, porém, é menor do que nos meses de inverno e também do que a média histórica geral, de 0,84 centímetros. E bem abaixo da média de fevereiro passado, uma exceção: com as chuvas, o nível médio do Guaíba foi de 1 metro.
Navegação não corre riscos
Apesar do nível mais baixo que o normal e do aparecimento de bancos de areia, a situação é considerada tranquila, inclusive, para as atividades de navegação — os trechos com terra aparente estão fora dos canais.
— A régua mostra a altura além do necessário para navegar. Ou seja, se ela marca 62 centímetros, tem esse número, no mínimo, acima do calado que a embarcação necessita. E o canal comercial, que é onde podemos garantir a navegação segura, é todo sinalizado — assegura.
Segundo Mello, dos 56 quilômetros de hidrovia que se estendem do Cais Mauá à Lagoa dos Patos, 31 quilômetros possuem os chamados canais artificiais, por onde é possível navegar em segurança. Embarcações de passeio que pretendam circular fora dos canais devem ter atenção redobrada nos trechos não demarcados. A recomendação é que os barcos permaneçam onde há sinalização.
— Fora desses limites não podemos garantir — diz.
Veja imagens dos bancos de areia do Guaíba: