No centro de Porto Alegre, os passos ficaram mais rápido nos últimos dias. As mãos agarram com ainda mais força bolsas e mochilas. E, no olhar desconfiado de quem precisa passar pela área mais movimentada da cidade, há também medo e apreensão.
- Eu vi dois arrastões hoje (sexta-feira) à tarde, um na Andradas e outro na General Vitorino. Era uma gurizada armada com facas. Eles levavam carteiras e celulares de quem estivesse pela frente - conta a operadora financeira Renata Ajala, de 18 anos.
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Inúmeros relatos de arrastões - não confirmados pela Brigada Militar (BM) - se propagaram pelos grupos de WhatsApp ou nas conversas de esquina, deixando a população cada vez mais acuada. Priscila da Costa Petry, 36 anos, é uma das pessoas que viu um grupo tomando de assalto objetos dos pedestres na quinta-feira.
- Foi ali no Camelódromo. Eram umas 17h30min quando começou a correria. O desespero era total. O grupo recolhia o que conseguia - conta.
Para se precaver, a secretária optou por não voltar mais para casa de ônibus após o expediente:
- Eu estou apavorada. Até as coisas se acalmarem, vou pegar carona.
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