A rotina de quem passa pela Avenida Ipiranga na manhã desta quarta-feira teve o cenário alterado por um grupo de artistas. Pendurados em redes lotadas de lixo, eles realizaram uma intervenção artística para pedir o fim da poluição no Arroio Dilúvio.
A proposta tem objetivo de chamar a atenção dos moradores e das autoridades sobre os cuidados com o arroio. Pela reação de motoristas e pedestres que passaram pelo local no início da manhã, o projeto conquistou a meta. Enquanto motoristas reduziam a velocidade para conferir a intervenção, pedestres tiravam celulares do bolso para fotografar a obra, instalada sob a ponte da Avenida João Pessoa.
Em site especial, conheça o histórico de poluição do Arroio Dilúvio
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- Todos somos culpados pela situação em que o Dilúvio está. Tanto os moradores que jogam lixo aqui, como as autoridades que não fazem nada para limpá-lo, precisam de uma mudança de atitude - relata o ator e cenógrafo do projeto Rodrigo Shalako Almeida de Carvalho.
A obra foi resultado de uma pesquisa de um ano sobre a poluição das águas em Porto Alegre e apresentada pela primeira vez em 2014. Este ano, os artistas foram convidados a recriá-la pelos organizadores 7º Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre.
Foto: Ronaldo Bernardi, Agência RBS
No projeto, atores são pendurados dentro de uma rede de pesca em meio ao lixo, em uma representação da agonia diária que as águas do Dilúvio vivem em meio à poluição. Conforme Shalako, todo o material usado na obra foi recolhido da rua. Chamada de Dilúvio MA, a intervenção integra o projeto Ecopoética, que pesquisa as possibilidades de arte sobre as águas de Porto Alegre.
No dia 12, o grupo deve realizar outra intervenção no Dilúvio, chamada Ritual de Sobrevivência Urbana, também a convite dos responsáveis pelo festival de teatro.
