



Os rodoviários decidiram manter a greve dos ônibus por tempo até que os empresários apresentem uma proposta que agrade à categoria. A decisão foi tomada em assembleia, no fim da tarde desta sexta-feira (31), por cerca de 1,2 mil trabalhadores no Ginásio Tesourinha.
Além da manutenção da paralisação de 100% da frota de ônibus por tempo indeterminado, os rodoviários também rejeitaram o acordo realizado nesta quinta no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), quando se comprometeram a retomar a normalidade do serviço por 12 dias a partir de sábado. Com a decisão da categoria, o coordenador da comissão de negociação do sindicato, Alceu Weber, afirmou que vai encaminhar um ofício à Prefeitura para reiterar a proposta de passe livre e 100% da frota durante as negociações com empresários:
"Todos iremos às garagens, desde que ele [prefeito José Fortunati] decrete passe livre a partir de segunda, por tempo indeterminado, até que haja acordo com a categoria. Se o prefeito não aceitar, infelizmente teremos que chamar uma nova assembleia e tomar uma nova atitude", defende.
Os rodoviários também vão encaminhar ao Piratini o pedido de reunião com o governador Tarso Genro para pedir apoio à mobilização da categoria, pois qualificam como "incompetente" a ação da Prefeitura durante a greve. Nesta sexta-feira, a Justiça dobrou o valor da multa ao Sindicato dos Rodoviários, que agora é de R$ 100 mil por dia, por descumprimento da liminar que estabelece a circulação de 70% da frota durante o horário de pico e 30% nos demais períodos. Os rodoviários já somam R$ 250 mil de multas judiciais.
Greve dos rodoviários
A paralisação da categoria teve início na segunda-feira (27) com a manutenção de 30% da frota em circulação. No segundo dia de greve, os rodoviários decidiram pela decidiram pela paralisação total das atividades após a Justiça determinar que pelo menos 70% da frota deveria circular nos horários de pico. Na quinta-feira, algumas empresas voltaram a colocar ônibus nas ruas, mas na sexta os sindicalistas descumpriram novo acordo com a Justiça e houve greve geral.
A prefeitura entrou com ação judicial pedindo apoio da Brigada Militar para garantir a saída dos ônibus das garagens e chegou a cogitar a utilização da Força Nacional de Segurança para resolver o impasse. No entanto, o Piratini disse que o apoio federal só deve ser solicitado pelo governo estadual, o que está descartado.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários, a mobilização é necessária para pressionar as empresas de ônibus a aumentar a proposta de reajuste salarial. A categoria cobra aumento de 14%, mas os empresários se limitam a oferecer a reposição da inflação, de 5% a 6%.