- Fanny Hill, de John Cleland
Jovem adolescente inglesa, órfã, é convencida de que terá mais futuro ao se tornar uma cortesã em Londres do que se procurar um marido. Narrado em primeira pessoa pela garota, mais marota do que propriamente inocente, relata com requintes gráficos as experiências eróticas de sua protagonista. Publicado no fim dos anos 1740, é considerado um dos primeiros romances eróticos modernos - e, assim que ganhou a letra impressa, provocou a prisão do autor, dos editores e dos impressores.
- Os 120 Dias de Sodoma, do Marquês de Sade
A "grande obra perdida" do escritor e filósofo que deu nome ao conceito de "sadismo". Quatro homens ricos resolvem, ao fim do reinado de Luís XIV, trancar-se em um castelo na Floresta Negra para entregar-se sem culpa ao abuso e à violência física e sexual contra vítimas a sua disposição. Foi dado como perdido pelo próprio Marquês, depois de sua transferência da Bastilha para o hospício de Charenton, em 1789. Foi encontrado intacto no fim do século 19 e vendido a um psiquiatra berlinense. A tradução do livro foi proibida este ano na Coreia do Sul.
- Eu e o Governador, de Adelaide Carraro
Um dos grandes escândalos literários nacionais na era pré-celebridades foi este romance em que Adelaide Carraro narra sua história de jovem órfã lutando contra as adversidades. Buscando um lugar ao sol, a protagonista cede aos desejos de muitos homens para conseguir um emprego no serviço público. Até que é apresentada ao governador de São Paulo, de quem se torna amante. Publicado em 1963, é um "roman à clef" sobre um suposto caso da autora com Jânio Quadros.
- História de O., de Pauline Réage
Publicado na França em 1954, o livro narra com minúcias o mergulho da protagonista em um universo de sadomasoquismo e submissão sexual. Logo depois de sua vinda a público, o livro sofreu várias interdições e a autora e a editora foram alvo de um processo judicial por obscenidade - isso e o fato de não se conhecer inicialmente a identidade da escritora alavancaram às alturas a venda, inclusive clandestina, do livro.
- A Vida Sexual de Catherine M., de Catherine Millet
Até 2001, Catherine Millet era uma das mais respeitadas críticas de arte da França, diretora da prestigiada Art Press e autora de livros considerados referência, o que tornou ainda mais surpreendente o surgimento de seu livro de memórias eróticas. Catherine descreve com detalhes suas experiências sexuais, desde a perda da virgindade, nos anos 1960, até a relação com seu marido, passando por orgias, sexo em parques públicos e até na redação de sua revista. O livro foi o grande escândalo do início do novo século 21 na França - e também um de seus primeiros best-sellers.