
O presidente Jair Bolsonaro participou de ato em Brasília com forte tom eleitoreiro neste domingo (27). O movimento ocorreu durante evento do Partido Liberal (PL) em Brasília. Bolsonaro se filiou ao PL recentemente. Durante discurso, o chefe do Executivo atacou as pesquisas eleitorais e voltou a colocar a esquerda na alça de mira.
— Nosso inimigo não é externo. É interno. Não é uma luta da esquerda contra a direita. É uma luta do bem contra o mal. E nós vamos vencer essa luta, porque estarei sempre na frente de vocês.
O evento do PL mira ampliar as filiações ao partido, impulsionando esse movimento com a imagem do presidente. A ação ganhou o nome de "Movimento Filia Brasil", estratégia para evitar nome oficial do lançamento da pré-candidatura de Bolsonaro e infringir a lei eleitoral. No entanto, o presidente afirmou, no sábado (26), a apoiadores e jornalistas, durante visita a uma pastelaria no Distrito Federal, que o evento do PL deste domingo seria o lançamento de sua pré-candidatura.
O presidente também destacou que tomará decisões "contra quem quer que seja" se tiver auxílio de seu "exército" de apoiadores. Em outro momento, ele afirmou que seu estômago às vezes "embrulha" ao cumprir a Constituição.
— Por vezes, me embrulha o estômago ter que jogar nas quatro linhas da Constituição, mas eu jurei, e não foi da boca para fora, respeitar a Constituição — afirmou.
O ato do PL ocorre no mesmo dia em que o partido conseguiu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decisão liminar para proibir manifestações políticas no festival de música Lollapalooza. A medida ocorre após artistas como Pabllo Vittar exaltarem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula é líder nas pesquisas de intenção de voto e o principal adversário de Bolsonaro nas eleições presidenciais deste ano.
As pesquisas, inclusive, também foram atacadas pelo presidente durante a fala no evento do PL:
— Uma pesquisa mentirosa publicada mil vezes não fará um presidente da República.
Ainda no discurso deste domingo, o chefe do Executivo destacou que é preciso ter "lideranças sérias" no Brasil.
— O povo é parte mais importante desse processo. A segunda parte mais importante sou eu, são os governadores, prefeitos, senadores, deputados e vereadores também.
A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, da Agricultura, Tereza Cristina, da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, dividiram o palco com o presidente.