O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), evitou nesta terça-feira, 26, polemizar sobre a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para dar explicações ao plenário sobre a existência de uma offshore bilionária nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal. O ministro afirma que os recursos são declarados, mas o caso foi usado por adversários políticos para enfraquecê-lo justo no momento de discussão sobre mais gastos em 2022.
Guedes ainda não tem data para ir ao plenário das explicações, mas Lira deixou claro que a prioridade desta semana é a votação da PEC dos precatórios, que vai flexibilizar o teto de gastos e abrir caminho a pelo menos R$ 83,6 bilhões em despesas adicionais em 2022 - incluindo o programa social Auxílio Brasil e emendas de relator, usadas por congressistas aliados do governo para direcionar recursos a suas bases eleitorais.
"Sempre pontuo que todo ministro tem por obrigação prestar esclarecimentos ao Congresso, não tem nenhum demérito ao ministro Paulo Guedes", disse Lira. "Temos cinco leões para matar. Prefiro que essa semana a gente consiga matar o leão dos precatórios e do novo programa (social)", afirmou.
O presidente da Câmara também tentou afastar críticas de que a PEC dos precatórios pode significar o "roubo dos professores", uma vez que R$ 16 bilhões das dívidas judiciais da União a serem pagas no ano que vem têm relação com o Fundef, fundo da educação básica já extinto e pelo qual o governo federal fazia repasses aos Estados. "Isso também é versão", afirmou.