Manifestantes foram às ruas em cidades de pelo menos duas dezenas de Estados neste sábado (3) para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro. Em Porto Alegre, um ato foi realizado durante a tarde, com concentração no entorno da prefeitura, na área central.
Em municípios como Rio, São Paulo e no Exterior, os participantes pediram o impeachment de Bolsonaro, maior oferta de vacinas contra a covid-19 e de apoio econômico à população, entre outras reivindicações.
Foi a primeira mobilização popular após o chamado "superpedido" de impeachment ser protocolado na Câmara, na quarta-feira (30).
Veja, a seguir, um resumo de alguns dos eventos realizados ao longo do dia.
São Paulo
Marcado para as 15h, pouco depois desse horário o protesto reunia manifestantes ao longo de seis quadras da Avenida Paulista nas imediações do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital do Estado. Além de partidos de esquerda, como o PT, siglas como o PSDB também marcaram presença por meio de bandeiras e faixas.
Além de pedir o afastamento do presidente, foram realizadas ações de conscientização e prevenção contra a pandemia como distribuição de máscaras aos manifestantes. Centrais sindicais e entidades estudantis participaram da mobilização na Paulista.
Um incidente foi registrado no começo da noite, quando um grupo colocou fogo em uma agência bancária. Imagens exibidas pela GloboNews mostraram a entrada da agência, na Rua da Consolação, com chamas. A Polícia Militar chegou ao local, enquanto os manifestantes seguiam em caminhada. Houve um confronto mais tarde, e um policial militar foi atingido por uma pedra.
Rio de Janeiro
Na cidade do Rio, o protesto começou por volta das 10h, na área central. Os manifestantes se concentraram no Monumento Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas. Com cartazes e faixas, pediram agilidade na vacinação, a volta do auxílio emergencial e o fim das privatizações. A maioria dos manifestantes usava máscaras, mas houve pontos de aglomeração.
O movimento tem apoio de partidos de oposição ao governo, como PT, PDT, PC do B, PSOL e PCB. Centrais sindicais também estavam presentes, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Os participantes exibiam ainda cartazes e faixas em referência a diversos movimentos, como negro, feminista e LGBT+.
Um grande boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi montado na manifestação, com uma faixa "Lula livre" e uma máscara de proteção no rosto.
O ato foi encerrado nas proximidades da Igreja da Candelária. Guardas municipais e policiais militares acompanharam o protesto e orientaram o trânsito na região. Nenhuma ocorrência havia sido registrada até o final da manhã.
Pernambuco
O protesto também reuniu manifestantes em Recife. Por volta das 10h, o grupo que havia se concentrado Praça do Derby saiu em direção à Avenida Conde da Boa Vista. Algumas pessoas participaram do protesto de bicicleta. Segundo o portal G1, os manifestantes usavam máscara, mas houve registro de pontos de aglomeração.
Alagoas
Com chuva, manifestantes saíram às ruas para protestar contra Bolsonaro em Maceió. Com placas e cartazes de "Fora Bolsonaro", eles cobraram o impeachment do presidente e criticaram a condução da pandemia pelo governo federal. Também ocorreram atos no município de Arapiraca.
Sergipe
À tarde, apesar do tempo instável, manifestantes saíram às ruas em Aracaju. A concentração ocorreu na Praça da Bandeira, na área central. Pouco depois das 14h, saíram em caminhada carregando faixas contra Bolsonaro e em lembrança às vítimas da pandemia no Brasil.
Goiás
Em Goiânia, os manifestantes pediram a volta do auxílio emergencial e a vacinação em massa. De acordo com os organizadores, os participantes do ato receberam recomendações para usar álcool gel, respeitar o distanciamento e usar máscara durante a manifestação.
Minas Gerais
A manifestação em Belo Horizonte, Minas Gerais, começou cedo, por volta das 6h. Com faixas e cartazes, manifestantes se posicionaram contra o fascismo. Um grupo de pessoas colocou fogo em pneus e interditou o Elevado Dona Helena Greco, na região central da cidade.
Bahia
Insatisfeitos com o governo federal foram às ruas em cidades como Salvador, Alagoinhas e Feira de Santana. Além de críticas ao presidente, os eventos também destacaram a importância de dar prioridade à vacinação contra o coronavírus.
Ceará
Houve registro de protestos na Capital, Fortaleza, e em cidades como Juazeiro do Norte, a segunda mais populosa do Estado.
Espírito Santo
Na capital Vitória, a manifestação contra o presidente começou por volta das 14h30min com uma concentração na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Os participantes sairiam em caminhada por ruas e avenidas com faixas e cartazes contra o governo federal.
Maranhão
Na capital maranhense, São Luís, a concentração ocorreu na Praça Deodoro, no Centro Histórico, onde foram exibidos cartazes contra Bolsonaro, pedindo a prolongação do auxílio emergencial e mais vacinas contra a covid-19.
Mato Grosso
Em Cuiabá, os manifestantes pediam a saída do presidente do cargo, mais vacinas contra o coronavírus, maior apoio financeiro à população por meio do auxílio emergencial e testagem em massa da população.
Mato Grosso do Sul
Centenas de pessoas se reuniram em Campo Grande carregando faixas dizendo "Fora Bolsonaro", em defesa da democracia e exigindo a criação de mais empregos no país. Os participantes também pediram a preservação da democracia.
Pará
Em Belém, a concentração teve início por volta das 8h, na Praça da República, e os manifestantes saíram em caminhada até a Praça do Relógio. O evento lembrou recentes suspeitas de corrupção envolvendo a compra de vacinas no país, como no episódio de suposta solicitação de propina por parte de gestores do Ministério da Saúde.
Paraíba
Em João Pessoa, ainda pela manhã, manifestantes desenharam corpos no chão e colaram fotos de vítimas da covid-19 para lembrar as vítimas da pandemia, no centro da capital paraibana, antes de saírem em caminhada carregando cartazes com críticas ao presidente.
Paraná
Além da capital, Curitiba, outros municípios paranaenses como Foz do Iguaçu, Cascavel e Guarapuava registraram eventos contra a gestão de Jair Bolsonaro, em defesa da democracia e pela ampliação da campanha de vacinação contra a covid-19.
Piauí
O protesto organizado em Teresina contou com distribuição de álcool gel aos participantes, que pediram mais vacinas contra o coronavírus, apuração das denúncias de irregularidades na negociação de imunizantes, investigação da suspeita de prevaricação do presidente (sob alegação de que teria deixado de pedir abertura de investigação) e aumento do auxílio emergencial.
Rondônia
Entidades estudantis e movimentos sociais organizaram um protesto contra o governo federal que teve início por volta das 9h e teve continuidade com uma carreata. Cartazes pediam impeachment de Bolsonaro e mais vacinas contra a covid-19, entre outras reivindicações.
Santa Catarina
Os protestos foram realizados na capital Florianópolis e em outras cidades como Joinville e Chapecó. Os manifestantes homenagearam as mais de 500 mil vítimas do coronavírus no país e pediram o impeachment de Jair Bolsonaro. A maioria dos participantes usava máscara.
Protestos no Exterior
Em Berlim, na Alemanha, dezenas de manifestantes se reuniram no Portão de Brandemburgo. Segundo informou a agência de notícias Deutsche Welle em sua conta brasileira no Twitter, eles criticaram a gestão da pandemia no Brasil, pediram o impeachment de Bolsonaro e denunciarem a violência contra os povos indígenas. Cartazes também lembravam a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.
Em Londres, na Inglaterra, participantes ocuparam a Praça do Parlamento com faixas em português e em inglês pedindo impeachment e acusando o governo Bolsonaro de corrupção. Além das capitais alemã e do Reino Unido, também foram registrados atos em outras cidades europeias como Munique e Viena.