O presidente Jair Bolsonaro foi alvo de panelaços durante seu pronunciamento em rede nacional de rádio e TV nesta quarta-feira (2). Os protestos, que ocorreram sob gritos como "Fora Bolsonaro" e "Bolsonaro genocida", foram registrados em diversas cidades, incluindo Porto Alegre.
Na capital gaúcha, moradores de bairros como Cidade Baixa, Centro, Rio Branco, Bom Fim, Azenha, Santana, Tristeza, Menino Deus e Petrópolis foram às janelas e bateram panelas em protesto fala do presidente da República, por volta das 20h30min.
Em São Paulo, o protesto ocorreu nos bairros Santa Cecília, Vila Mariana, Sumarezinho, Vila Madalena, Alto de Pinheiros, Pompeia e Barra Funda. No Rio, moradores da Barra da Tijuca, de Copacabana e Jardim Botânico também protestaram.
No pronunciamento, Bolsonaro comemorou a distribuição de 100 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus a Estados e municípios. E celebrou o acordo de transferência de tecnologia assinado na terça-feira (1º) entre a AstraZeneca e Fiocruz, que prevê a fabricação do imunizante totalmente em território brasileiro.
Bolsonaro enfrenta, nesta quarta-feira (2), um cenário de maior desgaste do que o de seu último pronunciamento, no dia 23 de março. Na CPI da Covid, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) já sinalizou que há provas suficientes para comprovar que o governo não quis comprar vacinas para enfrentar a pandemia no país. Bolsonaro também tem visto sua popularidade cair nas últimas pesquisas. Em maio, segundo o Datafolha, a aprovação do mandatário recuou seis pontos e chegou a 24%, pior marca do mandato.
A realização de atos em pelo menos 170 cidades brasileiras no último sábado (29) também se soma à conjuntura de maior preocupação para o governo. Além de críticas à condução federal na pandemia, manifestantes pediram a retomada do auxílio emergencial de R$ 600 e a vacinação em massa da população. O país tem, até agora, apenas 21,58% da população vacinada com a primeira dose contra a covid-19.