A menos de 20 dias do início da campanha eleitoral, o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), virou réu na Justiça Eleitoral por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público do Rio e aceita pelo juiz Flávio Itabaiana Nicolau.
A informação foi revelada pela GloboNews e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo. A denúncia foi apresentada em meados de agosto.
Agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Paes, na zona sul do Rio, na manhã desta terça-feira, segundo a TV. Ainda não foram revelados detalhes dos crimes que ele teria cometido.
Além do ex-mandatário, outras quatro pessoas foram denunciadas, mas os nomes ainda não foram divulgados.
O fato de ter virado réu não impede o demista de concorrer na eleição — ele só seria proibido se fosse condenado. O impacto para sua imagem, porém, pode ser decisivo.
Favorito na disputa, Paes tem como calcanhar de Aquiles a antiga relação com o ex-governador Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016 e condenado a quase 300 anos de prisão. Ele vinha buscando se desvencilhar dos escândalos de corrupção que assolaram seu antigo grupo político.
O ex-prefeito começava a formar uma aliança sólida para a eleição, com partidos como Cidadania e Avante já confirmados e o PSDB prestes a embarcar. Seu principal adversário no pleito é o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), que se alinhou ao bolsonarismo para tentar driblar a impopularidade e se manter no cargo.
Na semana passada, veio à tona o caso conhecido como "Guardiões do Crivella", revelado pela TV Globo: servidores da prefeitura do Rio ficavam nas portas dos hospitais para impedir que a população reclamasse, em entrevistas, das más condições dos hospitais durante a pandemia. O escândalo chegou a motivar um pedido de impeachment contra o mandatário, mas a Câmara de Vereadores o rejeitou.