O governo Eduardo Leite avaliará 10 recursos feitos por municípios contra a classificação preliminar em bandeira vermelha feita na última sexta-feira (21), aplicada pelo modelo de distanciamento controlado. É o menor número de recursos desde o início da possibilidade de contestar as avaliações do Piratini – na semana passada, foram 28 oposições.
Os recursos deste fim de semana não foram promovidos por associações regionais, apenas por municípios – o resultado será divulgado na segunda-feira (24). Na última sexta, o Piratini colocou 64,5% dos municípios gaúchos em bandeira vermelha: 13 regiões, dentre 21, foram classificadas pelo governo do Estado como em alto risco para o coronavírus.
As regiões Santa Cruz do Sul e Lajeado entraram no grupo de alto risco que já era formado por Taquara, Novo Hamburgo, Canoas, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Santo Ângelo, Santa Rosa, Capão da Canoa, Guaíba, Porto Alegre e Pelotas.
Outras oito regiões foram classificadas, na sexta, em bandeira laranja, de risco médio, mas não houve recurso neste grupo.
A adoção de regras próprias, diferentes das do governo, é possível graças ao acordo entre o Executivo gaúcho e a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), que define que Estado e prefeituras farão uma gestão compartilhada do modelo de distanciamento controlado.
Na prática, prefeitos formulam regras sanitárias e submetem à aprovação do Gabinete de Crise estadual, desde que não tenham registrado morte ou hospitalização de moradores nas últimas duas semanas. A elaboração de medidas alternativas pelas regiões não altera as cores do mapa, mas permite que as prefeituras adotem regras menos rígidas do que as previstas pelo governo.
Até sábado (22), nove regiões haviam aderido à cogestão: Lajeado, Canoas, Taquara, Novo Hamburgo, Pelotas, Passo Fundo, Palmeira das Missões, Porto Alegre e Capão da Canoa.
Os recursos registrados até este domingo ocorrem no mesmo fim de semana em que o Rio Grande do Sul ultrapassou a marca de 3 mil mortos por coronavírus. Proporcionalmente, há mais vítimas no Estado do que em Portugal e países vizinhos como Argentina e Uruguai, mas menos do que em Suécia, França e Itália.
As estatísticas parecem indicar que a metade de julho e o início de agosto registraram o ápice de casos e de mortes pela covid-19. Analistas afirmam, contudo, que os dados de casos e de mortes nos últimos 14 dias costumam sofrer atualizações constantes, portanto o declínio da epidemia ainda não está confirmado. A retomada das atividades pode causar impacto no aumento de casos, e as consequências estão sendo observadas por autoridades.