BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Após a ação do governo do Distrito Federal para desmobilizar acampamentos de grupos bolsonaristas na Esplanada dos Ministérios, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve no local neste domingo (14) para prestar solidariedade àqueles que ainda permaneciam no local.
Sem máscara, de uso obrigatório segundo as normas locais, Weintraub conversou com um grupo de 20 pessoas ao lado do Ministério da Agricultura, onde apoiadores do presidente Jair Bolsonaro estavam acampados havia mais de mês.
Na conversa divulgada nas redes sociais, Weintraub aborda diversos temas. "Já falei a minha opinião, o que faria com esses vagabundos", afirmou ao comentar o inconformismo de um dos interlocutores ao dizer que paga impostos para os "corruptos" roubarem. O grupo reage com aplausos e frases como "Weintraub tem razão".
No sábado (13), o governo do DF, usando a Polícia Militar, recolheu barracas e outros utensílios de militantes sob a justificativa de que os acampamentos não são permitidos no local.
Entres os alvos da ação do governo do DF estava o grupo "300 do Brasil", liderado pela ativista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter.
À noite, o governador Ibaneis Rocha baixou um decreto proibindo manifestações na Esplanada da 0h às 23h59 de hoje. Alegou razões sanitárias e atos antidemocráticos para justificar tal medida.
Apesar disso, defensores do presidente Bolsonaro conseguiram furar o bloqueio por acessos próximos à praça dos Três Poderes.
Cerca de 50 pessoas estiveram na praça no meio da manhã, em pequenos grupos dispersos. Fizeram orações e entoaram palavras de ordem em apoio ao presidente.
Um dos grupos tentou montar no chão, bem em frente ao prédio principal do STF (Supremo Tribunal Federal), fogos de artifício para serem acionados mais tarde. A Polícia Militar o abordou e determinou que o aparato fosse desmontado. Fogos foram lançados por apoiadores bolsonaristas na noite de sábado em direção à sede da corte.
Com a Esplanada bloqueada, o encontro de apoiadores de Bolsonaro que tem acontecido na maioria dos domingos em frente ao Palácio do Planalto foi transferido para o QG do Exército, em outra área da cidade.
A manifestação se estendeu até o início da tarde. Alguns militantes seguiram para a frente do Palácio do Buriti, sede do governo local, onde protestaram contra o decreto do governador Ibaneis.