Em acordo de delação premiada homologado pela Justiça, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que alguns dos principais bancos do país teriam feito doações eleitorais que somam R$ 50 milhões a campanhas do PT em troca de favorecimentos nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo, que obteve trechos da delação, nesta sexta-feira (19).
De acordo com a publicação, Palocci citou casos envolvendo Bradesco, Safra, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Segundo o ex-ministro, o interesse das instituições ia de obter informações privilegiadas sobre mudanças na taxa básica de juros à busca por apoio do governo na defesa de interesses das empresas e de seus acionistas.
Palocci cita ainda busca por influência em decisões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os anexos da delação envolvendo os bancos está sob sigilo e fazem parte do acordo assinado com a Polícia Federal em ano passado.
Procurados por O Globo, os citados negam irregularidades e classificam a delação de Palocci de "mentirosa" e "inverossímil". Eles afirmam que o ex-ministro criou versões sem provas para tentar obter benefícios da Justiça e dizem que todas as doações foram feitas legalmente.