Com apresentação adiada para terça-feira (28), o novo formato da proposta de reforma da Previdência ainda pode abarcar Estados e municípios no último prazo de rodada de negociação. Segundo a relator da proposta na Câmara dos Deputados, Samuel Moreira (PSDB-SP), a inclusão do trecho vai depender dos colegas na comissão especial e da postura dos governadores de oposição.
— Se for definido que eles (governadores) vão apoiar, é possível colocar no voto complementar a participação de Estados e municípios na reforma. É possível, temos isso muito preparado. Agora, se essa negociação não obtiver sucesso, consenso, a reforma precisa caminhar — avaliou Moreira em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (28).
De acordo com relator, o impasse sobre o tema é político. Há dirigentes que "não tem contribuído com a unidade política que deve ter na reforma. Ao mesmo tempo querem a reforma seja aplicada nos seus Estados".
— O embate político acaba prejudicando (..) Os deputados se sentem prejudicados pela postura do governador, que fala contra a reforma, não querem que (eles) votem e, ao mesmo tempo, querem usar no seu Estado. Os deputados então querem deixar que o governador resolva.
O relator afirma que ainda é possível votar a proposta no plenário da Casa até 17 de julho, quando o Congresso entra em recesso. Líderes do centrão, contudo, já avaliam que a votação será adiada para o segundo semestre.
— Acho que vai haver consenso de que não pode se esperar mais. E daí com certeza o processo vai andar e vai ser concluído — confia.